Pacientes reclamam de demora e mau atendimento no Iamspe em Presidente Prudente

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Pacientes reclamam de demora e mau atendimento no Iamspe em Presidente Prudente

Pacientes do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe), o Hospital do Servidor Público Estadual, reclamam da demora no atendimento. As reclamações dos moradores de Presidente Prudente (SP) que já enfrentam dificuldades há anos, estão novamente chegando ao Ministério Público (MP), que acompanha o problema e pediu medidas na Justiça em 2014, por meio de uma ação civil pública.

Quem precisa do atendimento, tem sofrido com a espera, como é o caso da aposentada Jacqueline Iacia. Foram duas vezes que ela precisou do Iamspe recentemente, uma quando estava com Covid-19 pela segunda vez e a outra quando começou a sentir sequelas da doença. Nas duas situações, a aposentada descobriu que o plano de saúde que vem descontado todos os meses de seu holerite, não servia praticamente para nada.

“Todas as vezes que eu ligava, me indicavam a UPA, porque não tinha atendimento. E os exames só para outubro, novembro. Eu desisti, porque o stress está me deixando mais doente, do que a própria doença”, falou à TV Fronteira.

O problema não vem sendo enfrentado por apenas uma pessoa. São milhares de servidores em todo o estado, como por exemplo os funcionários do Hospital Estadual de Presidente Prudente. Eles trabalham na área da saúde, mas não vem tendo acesso a ela por conta de tudo o que tem envolvido o Iamspe.

Os funcionários contaram à TV Fronteira que os atendimentos que eram feitos na Santa Casa de Presidente Prudente por meio de convênio com o Iamspe, não são mais realizados e não há mais um hospital no município credenciado junto ao plano estadual.

“Tive que pegar meu pai e levar para a UPA do Santana. Eu ainda perguntei para o Resgate se podia ir para a Santa Casa e ele respondeu que não dava para levar, porque eles não estão aceitando”, disse Jovalina Franco à TV Fronteira.

À TV Fronteira, o policial penal Márcio Lopes de Souza, também falou sobre o problema.

“Teve amigo meu de trabalho que fez Boletim de Ocorrência e foi na Santa Casa para ser atendido”, acrescentou.

Gabriela de Oliveira Souza Arce, que é funcionária pública, disse que precisou de exames e teve que pagar por eles.

“Na minha família nós precisamos de quatro exames de cardiologistas e tivemos que pagar, porque demoraria três meses para começar o agendamento desses exames. Eu estou em tratamento de câncer de mama há quatro anos e estou fazendo todo o meu tratamento pelo SUS, porque o Iamspe não me deu nenhum respaldo pelo tratamento”, disse.

Um documento emitido pela Santa Casa para os médicos e funcionários do hospital, revelou que ainda existe um convênio com o Iamspe, mas que ele foi modificado. O apontamento é de que a partir de maio, o hospital passou a atender apenas nos casos de ambulatórios e emergência, e deixa claro que isso se restringe aos casos de risco iminente de morte. Os demais casos devem ser encaminhados para outros hospitais.

O documento apontou ainda que o que dever ser feito com os conveniados do Iamspe que buscarem atendimento, é encaminhar para UPAs ou para outro hospital conveniado.

Foi o que aconteceu com a aposentada Rosalina Aparecida Domingos, que mora em Presidente Bernardes e sofreu uma queda grave em sua casa. Até conseguir descobrir uma fratura na costela, ela teve que enfrentar uma longa e cansativa jornada, resolvida apenas pelo SUS e não pelo Iamspe.

“Me desloquei até a cidade de Presidente Prudente, até a Santa Casa, por meios prórpios, onde também não fui atendida, porque eles relataram que não atendem o Iamspe. Me deram duas opções de UPAs. Após o raio-x, foi diagnosticada uma costela quebrada”, contou à TV Fronteira.

O problema foi alvo de um requerimento apresentado pelo vereador e servidor estadual Willian Leite ao Ministério Público, pedindo para que a promotoria busque a Justiça e exija do Iamspe e do Estado providências urgentes.

“É uma faca no pescoço, nós não temos o serviço, nós precisamos e se nós não estivermos contentes, temos que sair e não voltar mais. Que o Iamspe forneça outro hospital para esse credenciamento, nós temo so Hospital Estadual em Presidente Prudente”, disse.

A expectativa de quem depende do plano de saúde é de que haja respeito aos direitos de quem vê o valor descontado todo o mês, mas na hora de usar o Iamspe, não consegue.

Em nota enviada à TV Fronteira, a Santa Casa de Presidente Prudente informou que o contrato com o Iamspe está vencido e não houve acordo para renovação e confirmou que está atendendo apenas casos que envolvem risco iminente de morte.

O Ministério Público informou à TV Fronteira que vai anexar o ofício na ação civil pública referente ao assunto, que já tramita na Justiça.

Já o Iamspe, falou à TV Fronteira que abriu um edital de credenciamento em maio de 2021, em busca de novos parceiros, mas não houve inscritos. O instituto falou ainda que os usuários podem buscar atendimento em cidades próximas, como Presidente Venceslau, Presidente Bernarrdes e Rancharia.

O Iamspe ainda alegou que tem trabalhado na implantação de melhorias na rede credenciada.

Por TV Fronteira

Fonte G1.

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