Transporte de passageiros por aplicativo de motos começa a funcionar em Presidente Prudente e preocupa mototaxistas de agências convencionais


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Transporte de passageiros por aplicativo de motos começa a funcionar em Presidente Prudente e preocupa mototaxistas de agências convencionais

Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Cooperação em Segurança Pública (Semob) adiantou que a fiscalização do setor estará alinhada com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

A empresa de transporte de passageiros por aplicativo Uber começou a fazer viagens em motocicletas em Presidente Prudente (SP). A implementação do novo serviço tem preocupado os mototaxistas que atuam em agências de transporte no município.

Antes, o transporte de passageiros oferecido pela Uber era exclusivamente em carros e os motociclistas que são parceiros da empresa estavam autorizados apenas a realizar entregas. O serviço de Uber Moto teve início na cidade no dia 7 de fevereiro.

‘Preço desleal’

“Preço desleal”, essa é a maior preocupação de Lucas Fernando Sabino, que trabalha como mototaxista há sete anos.

Sabino falou que esse novo serviço irá prejudicar muito a categoria.

“O preço que o aplicativo da Uber Moto cobra é desproporcional com a realidade, é um tipo de escravidão disfarçada, somente o dono da empresa ganha, e muito, e o motoqueiro trabalhador que presta serviços para a empresa se desgasta muito para ganhar uma ‘mixaria’, tendo que rodar vários quilômetros no menor tempo possível, colocando a própria vida em risco e a do passageiro”, relatou o mototaxista.

Conforme Sabino, todos que trabalham com veículos, independentemente do tipo, se enquadram na categoria de aluguel e têm de passar por inspeções do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) ou órgãos responsáveis.

“Ouvi um comentário que alguém fez uma corrida que saiu próximo da Igreja Maristela e foi até o Prudenshoping e o aplicativo da Uber Moto não cobrou nem R$ 5. No meu caso, a agência de mototáxi em que trabalho fica localizada no Centro, por isso, essa mesma corrida teria ficado em torno de R$ 12. Esse valor é calculado e baseado nos preços do combustível, peças e mão de obra, que subiram absurdamente”, destacou.

O profissional ainda disse que a empresa Uber ou similares são “oportunistas”, se aproveitam de muita gente desempregada e “fingem” empregar pessoas para beneficiá-las, “ainda mais no caos que [Presidente] Prudente se encontra na parte de condução pública”.

“Não traz benefícios para a população, pois o mesmo usuário que paga pouco, e assim economizando, coloca sua vida em risco, por causa do motoqueiro prestador dos serviços que vai ter que correr mais para fazer um número maior de corridas e tentar garantir o lucro de um dia de serviço razoável”, ressaltou.

Sabino acredita que não é feita no aplicativo a mesma fiscalização direcionada para os mototaxistas autônomos.

“A fiscalização que teria de vir a favor da categoria legalizada, mas só serve para nos punir e dificultar nossas vidas, enquanto há vários motoqueiros clandestinos cobrando preços inferiores, nos prejudicando muito e nada acontece, pois a fiscalização parece não se importar. A Semob [Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Cooperação em Segurança Pública], que é o órgão responsável pelo nosso serviço, exige que para trabalhar legalizado a moto tem de ter no máximo cinco anos de fabricação, curso de mototáxi. É uma burocracia muito grande, que provavelmente esse novo serviço não vai exigir”, alegou.

O mototaxista também explicou que a documentação exigida para exercer o serviço nas agências é extensa.

“Temos de tirar alvará e pagar várias taxas para a Prefeitura. Além disso, a moto tem de estar adesivada com nome da agência onde trabalhamos, nosso número de registro de mototaxista, protetor de motor com modelo específico exigido pelo Detran, antena corta-linha, capacetes novos adesivados e com faixas refletivas. As agências têm de ter alvarás, tendo de passar por vistorias do Corpo de Bombeiros e muitas outras exigências, isso tudo anualmente”, explicou.

Em corridas feitas pelos mototáxis convencionais aos quatro cantos da cidade, nas zonas sul, norte, leste e oeste, os valores são:

Conjunto Habitacional Ana Jacinta (zona sul) x Centro: R$ 17;

Conjunto Habitacional João Domingos Netto (zona norte) x Centro: R$ 17;

Cohab (zona oeste) x Centro: R$ 12; e

Jardim Cambuci (zona leste) x Centro: R$ 8.

Fiscalização

A Semob disse que está ciente do novo serviço oferecido pela Uber em Presidente Prudente e que já vinha estudando uma regulamentação para a atividade.

A pasta confirmou que fiscaliza todo tipo de transporte remunerado de passageiros no município, como táxi, mototáxi, van escolar e aplicativos, entre outros.

A Semob explicou que quem precisa da autorização para trabalhar são os prestadores de serviço, ou seja, os motociclistas.

A pasta disse que não foi procurada por nenhuma empresa solicitando a implementação do serviço, mas que já se adiantou, a fim de garantir a segurança dos possíveis usuários, tendo em vista o risco, por ser um transporte efetuado por motocicletas.

A Semob também confirmou que irá intensificar a fiscalização desse serviço, principalmente para evitar que seja exercido de maneira irregular, colocando em risco a vida dos passageiros e também dos demais usuários da via pública.

Fonte: G1

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