Restrições impostas pela pandemia da Covid-19 refletem na queda de índices criminais na região de Presidente Prudente
Volume de ocorrências policiais têm diminuição frequente, mas números reduziram ainda mais em 2020, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Com certeza você já ouviu falar que a região de Presidente Prudente é uma das mais seguras do Estado de São Paulo. A frase é reflexo de quedas frequentes nos índices criminais no Oeste Paulista, números estes que reduziram ainda mais em 2020, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP).
A melhoria nas estatísticas de quase todas as naturezas criminais foi um reflexo do trabalho ostensivo/preventivo das polícias junto à mudança de hábitos da população e as restrições impostas pela pandemia da Covid-19.
No comparativo entre os anos de 2019 e 2020, chamaram atenção as reduções em:
Latrocínio: Menos 4 casos
Homicídio culposo por acidente de trânsito: Menos 29 casos
Lesão corporal dolosa: Menos 902 casos
Lesão corporal culposa por acidente de trânsito: Menos 674 casos
Roubo (outros): Menos 105 casos
Furto (outros): Menos 2.491 casos
O delegado Everson Aparecido Contelli afirmou ao G1 que, além do trabalho conjunto de prevenção e repressão, a Polícia Civil intensificou as investigações criminais que resultaram na deflagração de operações e no consequente reflexo na redução da criminalidade.
Contudo, o delegado esclareceu que os índices criminais também sofreram impacto devido à pandemia e ao isolamento social. “Da mesma forma, as medidas econômicas do governo, com pagamento de auxílio emergencial durante vários meses da pandemia, podem repercutir nos indicadores”, comentou ao G1.
“A pandemia modificou hábitos e, por conseguinte, interferiu nos indicadores criminais”, disse.
Com equipes diuturnamente nas ruas, a Polícia Militar, por meio do major Luís Nelson Disaró, comandante interino do 18º Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPM/I), lembrou ao G1 que a queda dos indicadores criminais na região ocorre ao longo de mais de 10 anos.
“O trabalho desenvolvido em parceria entre os órgãos públicos responsáveis diretamente e indiretamente pela segurança pública sempre foi primordial para que nossa região tivesse os menores indicadores criminais do Estado, tanto em quantidade como na taxa por 100 mil/habitantes”, explicou o oficial.
A corporação também citou que também pode haver o reflexo da pandemia do Covid-19.
“Houve menos circulação de pessoas, horários comerciais diminuídos, restrições de festas e outros que inibiram a circulação de pessoas e veículos, fatores que, somados às demais ações já implementadas, podem ter contribuído para a redução criminal”, colocou ao G1 a PM.
Essa parceria envolve o trabalho conjunto das polícias Militar, Civil e Técnica Científica, além do Ministério Público e do Poder Judiciário.
A corporação também ressaltou a colaboração da população nos Conselhos Comunitários de Segurança (Conseg) e na realização de denúncias por meio do telefone de emergência “190”.
Em contrapartida, houve uma alta em três naturezas: tentativa de homicídio, lesão corporal culposa (outros) e roubo de carga.
O major Disaró disse ao G1 que a alta nesses delitos “é uma variação normal”, com aumento de poucos casos em relação ao ano anterior. “Porém, numa análise em longo prazo, esses delitos vêm com tendência de decréscimo ao longo dos anos”, acrescentou.
Quanto a roubos de carga, a Polícia Civil da região “realiza um criterioso trabalho de acompanhamento e no ano 2020, durante as investigações, identificou inúmeros casos de fraude contra seguradoras, o que resultou em novos indiciamentos muitas vezes até do noticiante”, conforme lembrou Contelli.
O Oeste Paulista é a que mais apreende entorpecentes, se comparado a outras regiões do Estado de São Paulo. Em novembro do ano passado, por exemplo, o G1 revelou um estudo que confirma os números.
A redução de ocorrências de tráfico de drogas de competência da Justiça Estadual e atribuição da Polícia Civil do Estado na região se deve a um conjunto de fatores, conforme afirmou Contelli.
“Destaca-se que durante a maior parte do ano de 2020 houve o fechamento da fronteira Brasil–Paraguai, principal origem da maconha, por exemplo, o que pode refletir na logística de retirada da droga e, por consequência, na redução do número de apreensões durante o seu trajeto até o destino final, o que também não significa redução na quantidade de drogas apreendidas”, salientou ao G1 o delegado da Polícia Civil.
Contelli também salientou que operações contra organizações que cuidam do tráfico de drogas interferem no número subsequente de apreensões. “Note-se, ainda, que o número de apreensões divulgadas [pela SSP] como ocorridas na região não incluem as apreensões de atribuição da Polícia Federal, ou as realizadas por outros Departamentos da Polícia Civil, a exemplo do Denarc”, lembrou.
O major Disaró, da PM, acrescentou que as apreensões de drogas normalmente sofrem variantes ao longo do tempo. Segundo ele, um dos fatores que é o “modus operandi” dos criminosos. “Porém, a Polícia Militar continua atuando fortemente no combate a essa modalidade criminosa”, afirmou.
“Cabe ressaltar que, apesar da queda momentânea do número de ocorrências no ano de 2020, a região continua figurando entre as regiões com maior número de prisões por de tráfico e porte de entorpecentes por 100 mil/habitantes”, informou ao G1.
Fonte: G1
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