Paralisação do transporte coletivo urbano em Presidente Prudente entra no segundo dia
Ônibus da empresa Prudente Urbano não saíram da garagem nesta quinta-feira (27). Categoria informou que só retoma as atividades quando os pagamentos do vale-alimentação e o adiantamento do salário forem regularizados.
Os trabalhadores do transporte coletivo urbano de Presidente Prudente seguem sem retornar ao trabalho na manhã desta quinta-feira (27). A paralisação total do serviço teve início nesta quarta-feira (26).
O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Terrestre de Presidente Prudente e Região (Sintrattepp) informou que a expectativa é que aconteça uma reunião entre a diretoria da Prudente Urbano e a Prefeitura, e que haja uma definição sobre a regularização dos direitos trabalhistas dos funcionários.
A categoria ainda adiantou que não retoma as atividades enquanto o vale-alimentação e o adiantamento do salário pago todo dia 20 sejam pagos.
Os trabalhadores estão em frente a garagem da empresa, no bairro Mário Amato.
À TV Fronteira, a Prudente Urbano enviou o seguinte posicionamento.
“A Prudente Urbano lamenta a continuidade da paralisação. Reforça que não mediu esforços para manter o transporte público durante a pandemia, mas possui atuação limitada (tarifa defasada, redução no número de passageiros e aumento de custos, sem subsídio) e insiste na busca pelo diálogo com o Poder Concedente para que medidas legítimas sejam tomadas garantindo a continuidade da prestação do serviço à comunidade, dado o caráter essencial do transporte coletivo municipal. Por fim, a empresa entende que os assuntos em relação as declarações do Poder Público sejam tratados ética e tecnicamente em suas respectivas esferas”.
Já o secretário de Mobilidade Urbana, Luiz Edson de Souza, informou à TV Fronteira que até o momento a empresa ainda não fez contato com o município. Ele explicou que a Prudente Urbano continua em negociação com os funcionários e aguarda uma audiência.
Possível rescisão contratual
Em entrevista à TV Fronteira, nesta quarta-feira (26), secretário municipal de Mobilidade Urbana e Cooperação em Segurança Pública, Luiz Edson de Souza, afirmou que a Prefeitura de Presidente Prudente (SP) avalia a possibilidade de rompimento do contrato com a empresa Prudente Urbano, concessionária responsável pelo transporte coletivo urbano na cidade.
Além disso, ele adiantou que a Prefeitura já deu início à liberação do serviço de transporte alternativo de passageiros através de vans escolares.
“Desde o princípio desta administração, são realizadas algumas reuniões, no total de seis, em um período de aproximadamente quatro meses. Todas elas voltadas a tentativas de negociação, a fim de não se interromper o transporte público municipal. Até porque qualquer medida que seja tomada em uma fase crítica, uma fase de pandemia, pode gerar um transtorno muito grande, ainda mais se tratando de um serviço que a gente considera essencial, que é o transporte público. No entanto, o pedido de acréscimo, de reajuste da tarifa para R$ 8 é um absurdo ao nosso entendimento, chegamos a um valor calculado por agentes da Semob, pessoas especializadas, em cerca de R$ 5,50, o que a empresa acha que não é viável, mas, mesmo assim, não seria repassado esse valor total ao munícipe. Então, por não aceitarem esse acordo, nós estamos ainda em tratativa, já foi feito um relatório, estamos concluindo esse relatório a respeito da situação em que está o transporte público prudentino e que já se arrasta há anos, desde 2018, e do jeito que está não pode ficar”, disse o responsável pela Semob.
“Então, há sim a necessidade de notificação, que já foi feita, está sendo feita ainda a notificação formal, será iniciado um processo sancionatório contra a empresa, por descumprimento das regras, descumprimento da norma, descumprimento da lei, descumprimento do contrato e há sim a possibilidade de uma rescisão contratual por parte do município”, prosseguiu.
Paralisação
O movimento conta com cerca de 220 trabalhadores, entre motoristas, cobradores e funcionários internos. Em torno de 70 veículos deixaram de circular totalmente nesta quarta-feira (26).
Os trabalhadores informaram que notificaram a empresa Prudente Urbano e a Secretaria de Mobilidade Urbana e Cooperação em Segurança Pública (Semob) para que em 72 horas a situação fosse regularizada. Esse prazo vence nesta quinta-feira (27).
É a terceira vez que atos da categoria com reclamações sobre os mesmos motivos influenciam no serviço. Em janeiro, eles realizaram a primeira paralisação. Já no mês de março, os ônibus saíram com atraso da garagem por causa de uma reunião para discutir os assuntos, o que gerou lotação em algumas linhas.
Sem ônibus, a população precisou recorrer a carros por aplicativos, ajuda de patrão e até fazer trajeto a pé para chegarem aos destinos devido à paralisação do transporte coletivo urbano.
Por Emerson Sanchez, TV Fronteira e G1 Presidente Prudente
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