Noiva supera leucemia e conhece doadora de medula óssea na própria festa de casamento


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Noiva supera leucemia e conhece doadora de medula óssea na própria festa de casamento

Surpresa foi organizada pelo marido e pela cunhada, em Presidente Prudente (SP).

“Um anjo muitas vezes não tem asas nem uma auréola na cabeça. Os anjos caminham entre nós com braços, pernas, com suas vidas, fazendo o bem. Muitos deles nós conhecemos o nome, sabemos onde mora. Outros, muitas vezes, fazem o bem e a gente nem faz ideia de quem seja. Você gostaria de conhecer um anjo essa noite?” perguntou o celebrante Diego Prieto de Oliveira.

Esse questionamento foi feito, durante a renovação de votos matrimoniais, para a auxiliar administrativo Stephanie Funari Amaral Gusmão de Faria, de 36 anos, momentos antes dela conhecer a pessoa que realizou a doação de medula óssea para ela, que a curou da leucemia.

Tratamento

Ela disse que descobriu a doença em janeiro de 2022 após uma consulta com sua médica otorrinolaringologista.

“Eu descobri a doença no dia 4 de janeiro de 2022. Eu fiz um exame de sangue no dia 3, porque eu cheguei na minha otorrino e falei para ela que eu não estava me sentindo muito bem. Falei para ela que eu tinha tido febre, estava fraca, minha boca estava branca”, relembrou Stephanie.

A médica solicitou um exame de sangue, um teste de Covid-19 e um teste de dengue.

“Ela fez esse pedido, eu realizei os exames no dia 4 e no mesmo dia eu internei com leucemia”, afirmou a auxiliar administrativo.

“Eu fiz a primeira quimioterapia, que é a quimioterapia de indução, e fiquei 38 dias no hospital. [Depois] teve três quimioterapias de consolidação. Eu saí do hospital no meio de maio e fui direto para Jaú (SP)”, relatou Stephanie.

A auxiliar administrativo contou que fez os primeiros exames e foi informada de que iria realizar o transplante no dia 28 de julho. Porém, ela não conseguiu receber a medula óssea na data planejada pois estava com Covid-19 e acabou retornando para Presidente Prudente (SP).

Em um novo exame da medula, foi constatado que a doença tinha voltado. Ela precisou fazer uma quimioterapia de resgate e acabou ficando 18 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 11 dias entubada.

“A gente fez outros exames e descobriu que a doença tinha voltado, que era uma sinusite por conta da doença. Fiz a quimioterapia de resgate. Dessa quimioterapia de resgate, eu fui para a UTI, fiquei entubada, tive sepse, pneumonia”, afirmou Stephanie.

Stephanie Funari Amaral Gusmão de Faria, de 36 anos, no dia do transplante de medula óssea — Foto: Arquivo pessoal/Cedida

A auxiliar administrativo relembrou que saiu da UTI, em setembro de 2022, fez novos exames e pediram para que ela retornasse após 15 dias na unidade de saúde em Jaú.

“Eu internei em outubro, fiz quimioterapia para zerar a medula e depois fui para o transplante. Fiz o transplante dia 18 de outubro em Jaú”, disse Stephanie.

A professora Miréia Xavier Kern, de 37 anos, realizou a doação de medula óssea na cidade de Lajeado (RS), a mais de 1.100 km de distância de Presidente Prudente.

Casamento

A auxiliar administrativo contou que a festa de casamento estava planejada para acontecer em fevereiro de 2022, mas não ocorreu porque ela descobriu a doença em janeiro daquele ano e precisou “remarcar tudo”.

A festividade aconteceu no último sábado (24) no Espaço Solarium, localizado no Campus 2 da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), em Presidente Prudente e, segundo Stephanie, a surpresa de trazer a Mireia para a renovação de votos foi de seu marido, Marcos Tadeu, e sua cunhada, Luciana.

“Meu marido resolveu fazer essa surpresa para mim. Ele entrou em contato com o Redome [Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea], porque a gente só pode conhecer a doadora após dois anos de transplante, contou nossa história, falou que eu ia renovar votos e meu maior sonho era conhecê-la. O Redome entrou em contato com ela, ela topou conhecer meu marido e ele a convenceu de vir fazer uma surpresa para mim no casamento”, relembrou Stephanie.

Ela garantiu que não desconfiou de nada e disse estar muito feliz com “tudo o que aconteceu”. A auxiliar administrativo também afirmou que conseguiu conversar com a sua doadora de medula, que ficou na maior cidade do Oeste Paulista por três dias.

Miréia contou que está cadastrada como doadora de medula óssea desde 2013 e essa foi a primeira vez que faz a doação. Ela relatou ainda que enfrentou seis horas de viagem para sair de Lajeado e chegar em Presidente Prudente.

“Eu fui até Porto Alegre (RS) de carro, 1h de viagem. Em Porto Alegre peguei um avião às 10h e cheguei em Presidente Prudente às 15h. Então, ao todo foram 6 horas de viagem”, relembrou Miréia.

Para a professora é muito importante estar cadastrada como doadora de medula óssea e poder estar “salvando uma vida”.

“Conhecer a Stephanie foi muito emocionante, pois não imaginava que iríamos nos conhecer. É difícil descrever o sentimento em palavras, mas fiquei muito feliz. Feliz em vê-la renovando os votos com toda família e amigos presentes. Foi muito gratificante”, finalizou Miréia.

Stephanie (esq.) e Miréia (dir.) no Aeroporto Regional de Presidente Prudente (SP) — Foto: Arquivo pessoal/Cedida

Fonte: G1

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