Muitas situações nos colocam à prova, mas…


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Muitas situações nos colocam à prova, mas…

É possível aprender a viver?

Todas as manhãs uma certa mulher, em sua casa, atendia a um senhor que entregava jornais e panfletos diversos. Dizia para ele “com todo o respeito, eu nem leio mais jornais!”. De segunda a sexta-feira às 5h da manhã ela ouvia o soar da campainha, despertava de seu sono e recebia o jornal que o velho jamais deixou em sua caixa de correio, mas sua vontade sempre foi despedi-lo.


Noutro dia, na rua, presenciou um acidente de trânsito e duas pessoas discutindo acerca de quem estava certo naquela situação. Deu meia volta em velocidade e reclamou: “Tinha que acontecer justo hoje que estou cansada…”. Chegando à sua casa, ficou triste por perder seu tempo de descanso.


Frequentando um restaurante, chega-lhe um jovem rapaz com cheiro de álcool e pede-lhe algum trocado para que comesse. A mulher finge que não o vê até que ele foi embora e não voltou mais.


Na farmácia, com pressa para levar os medicamentos de que necessitava seu pai doente, um homem corta a fila, passando à sua frente. Rude como foi, a mulher tinha o direito de responder na mesma moeda, o que atrasou ainda mais a situação.


Chegando em casa, gritou com seu pai, pois com tantas dificuldades passadas ainda teve de ouvir dele que ela havia demorado.

O fim da história é este: à beira da morte lhe foi perguntado o que aprendeu da vida, ao que respondeu: “Eu só apanhei a vida toda, de nada ela me presta. Não conheci ninguém de quem gostasse, não amei e ninguém me amou”.

A vida abalou essa mulher, mas será que é só isso? Olhemos por outra perspectiva:

E se, ao receber o senhor dos jornais, ao menos uma das vezes se interessasse em seus assuntos ou perguntasse o seu nome?

E se, no acidente de trânsito, em vez de reclamar, dissesse uma palavra de paz para aquelas pessoas compreendendo que não quiseram mal um do outro?

E se, no restaurante, conhecesse a história do rapaz que era um filho perdido de sua amiga?

E se, na farmácia, aprendesse a ter paciência e sabedoria para não se exaltar, aprendendo a lidar com isso em outras situações?

E se, ao ouvir a reclamação do pai, tivesse explicado que alguém passou à sua frente e que gostaria de ter chegado mais cedo para cuidar dele?

Em momento algum essa mulher foi privada de escolher seus caminhos, apesar das circunstâncias. Em vez de aprender com as oportunidades, preferiu sucumbir à dor sem dar a ela sentido.

Mesmo cansados, a vida nos dá a oportunidade de sermos mais sábios, mais humildes, mais mansos, mais caridosos e mais amorosos. Basta vê-las e escolher nossos caminhos antes que seja tarde demais.

E você, quantas oportunidades de aprender você deixa passar?

Ivan Coimbra Volcov

Psicólogo

CRP – 06/208733

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Comentário (1)

  • André Luis Gomes de Lima Responder

    O autor foi muito feliz com o texto, afinal, o que é a vida além das nossas escolhas? Podemos escolher ter uma vida medíocre e sem sentido, ou, podemos escolher passar por ela sendo benção para nós mesmos como para outros.
    E se isso não é o “livre arbítrio” descrito na Bíblia, então não sei do que chamar!!
    Parabéns ao autor, que venham outros textos com a capacidade de nos fazer repensar sobre a vida!!!
    PARABÉNS!!!

    setembro 6, 2024 em 1:04 am

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