Família de bebê que morreu em São Paulo com problema raro no coração cobra ajuda do governo para trazer corpo
Família de Eloá Vitória, de 3 meses de idade, diz que não tem como pagar, no mínimo, R$ 7 mil para fazer o translado.
A família da bebê Eloá Vitória da Silva, que morreu em São Paulo, cobra ao governo de Pernambuco apoio para trazer o corpo da criança para o Recife. Segundo os parentes da criança, o translado custa, no mínimo, R$ 7 mil. A menina foi transferida para outro estado para tratar um problema raro no coração.
Essa é mais uma batalha enfrentada pela família da bebê, que morreu na quinta (23) aos três meses de idade.
A menina precisava se submeter a cirurgias na capital paulista e só foi levada para o estado do Sudeste do país depois da realização de protestos.
Nesta sexta (24), Maysa Valentim, amiga dos pais e Eloá Vitória, conversou e falou sobre a dificuldade de fazer contato com o governo pernambucano.
“Desde ontem [quinta] a mãe de Eloá, Etiene, tenta falar com o governo para conseguir o transporte do corpo. Ligaram para o telefone que a Secretaria de Saúde informou na época dos protestos e mandaram e-mails. Até agora, nada”, declarou.
Maysa disse, ainda, que o corpo da bebê está no necrotério do Hospital do Coração (Hcor), na capital paulista. Segundo ela, o prazo para a remoção está no fim.
“Eles [hospital] deram até sábado para tirar o corpo da criança de lá. Caso contrário, vão cremar em São Paulo. A família está desesperada. Eles querem fazer um sepultamento digno em Pernambuco, com o apoio dos parentes”, disse.
Ainda segundo Maysa, diante da dificuldade de manter contato com o estado, a família conseguiu com uma funerária a promessa de apoio.
A empresa teria se disponibilizado a pagar os cursos em São Paulo e em Pernambuco. Maysa disse que não há data para fazer o translado.
O g1 entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde, mas não obteve resposta até o momento.
Morte
A morte de Eloá Vitória foi informada pela família por meio das redes sociais. A mãe dela disse que a menina precisou passar por uma cirurgia. De manhã, Etiene contou que Eloá estava com uma hemorragia interna e foi intubada.
Ela precisava fazer uma cirurgia chamada laparotomia exploratória, realizada geralmente para descobrir a causa de algum problema. Nesse caso, a hemorragia. Menos de duas horas depois, a menina morreu.
Histórico do caso
Eloá nasceu em novembro de 2022, em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco;
Quando tinha seis dias, foi diagnosticada com síndrome da hipoplasia do coração esquerdo, uma má-formação, que afeta o funcionamento do órgão;
Os médicos notaram que ela tinha dificuldades na respiração;
Por causa do problema, Eloá foi transferida para o Procape, ligado à Universidade de Pernambuco (UPE);
A família dela conseguiu, na Justiça, uma decisão que determinou a transferência de Eloá para São Paulo, custeada pelo governo de Pernambuco;
Segundo a mãe de Eloá, a bebê precisava de, ao menos, três cirurgias em São Paulo;
Eloá foi transferida no início de janeiro e, desde então, estava sendo tratada em São Paulo.
A menina morreu no dia 23 de fevereiro, pouco antes de passar por cirurgia
Fonte: G1
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