Estou certo de que já ouviu que a maior alegria na vida do homem é a liberdade. Liberdade de pensamento, liberdade de amor, liberdade de consumo, liberdade de escolha, liberdade das tristezas, liberdade dos maus relacionamentos.
Mas afinal, o que é liberdade?
Certo homem abastado decidiu plantar uma mangueira. Ao longo dos anos, a via crescer e acompanhava seu desenvolvimento dia após dia. Feliz, observava todas as manhãs aquela linda planta, da germinação aos frutos. Ainda que estivesse em um dia de angústia, ainda que faltasse amor, ainda que seu casamento não fosse bem e seus filhos o rejeitassem, aquela árvore crescendo ao longo dos anos era onde estava seu coração. Comia de seus frutos, tomava sua sombra, a abraçava e cuidava para que nenhuma praga a acometesse.
Num dia chuvoso, ao levantar-se, olhou pela janela aquela bela amiga árvore, ainda que sua casa estivesse um caos, via nela um refúgio. Ao sair no jardim para contemplá-la, um relâmpago a atingiu em cheio, partindo aquele lindo milagre ao meio. Pensou em tudo que viveu junto à mangueira e vendo-a queimar em meio a chuva, o homem se ajoelha e ora a Deus: “Não tenho mais pelo que viver, leva-me, Senhor!”
Certamente este homem não pôde controlar a fatalidade do ocorrido. Tem coisas que não estão sob nosso controle. Entretanto, mesmo em meio ao desastre, ainda que tudo que temos seja tirado de nós, uma coisa jamais poderá: a capacidade de escolher frente a qualquer circunstância da vida.
Nos dias seguintes, o homem olhava para sua casa e pensava: “Onde eu estive esses anos todos!?” Pensou que Deus o atendeu nas orações, mas não como esperava. Agora, ao acordar e olhar pela janela pensava: “Sua vida não foi em vão, minha árvore; você deu sentido para a minha vida”.
A história termina com o homem plantando uma macieira, mas agora junto à sua família. Dos restos mortais da mangueira, o homem fez banquinhos e ali, com sua esposa e filhos, almoçava. Juntos sentavam para conversar e apreciar as belezas do jardim.
Não existe algo como “liberdade de”, mas sim “liberdade para”. Liberdade é ser responsável e, portanto, este homem escolheu ser responsável por sua família e amá-la, dando um sentido para sua grande amiga que havia morrido e para sua própria vida.
E como você usa a sua liberdade?
Ivan Coimbra Volcov
Psicólogo
CRP – 06/208733
Comentários (2)
Ivan, menino iluminado! Agradeço a Jesus Cristo por vc fazer parte de minha vida. Muito orgulho do homem que você seja tornou. Bjos em seu coração ❤️ m
Muitas vezes é preciso perder para ganhar. Vivemos a vida colocando nossa energia e foco em algo que é passageiro. Assim como o homem da estória, que nós possamos, mesmo na dor, aproveitar a nossa liberdade para extrair algo bom do que julgamos mal, para corrigir a rota e ver se não estamos deixando nada importante pra trás.
PAaarabéns pela crônica!!