Caminhando sem parar
Há muito tempo atrás um certo homem próspero, já de idade, cansou-se de ir para lá e para cá a pé. Passava os dias vagando de uma cidade a outra, quando era necessário, com suas próprias forças. Então, pedindo um conselho para a filha, decidiu comprar um cavalinho.
Deu um nome ao cavalo, comprou a melhor sela que o dinheiro poderia comprar e aprendeu a cavalgar. Nos primeiros dias, o homem sentiu-se aliviado das dores; entretanto, depois, houve muita emoção: aonde quer que fosse, sempre era uma aventura, ainda mais que estava a poupar seus pés cansados do desgaste dos anos. E assim era:
— Filha, estou indo!
— Mas aonde é que o senhor vai dessa vez?
— Aonde o cavalo me levar, lá eu irei.
Acontece que, algumas vezes, nem mesmo retornava para casa. Noutras chegava já no tardar do dia, mesmo tendo saído cedo. Percebendo isso, a filha perguntou a ele por que é que o pai não para em casa:
— Agora que comprei um cavalo eu tenho que parar?
Os anos foram se passando. Continuava a cavalgar para todos os lados, agora até mesmo revisitando locais que já foi. Em uma tarde, seu companheiro teve um mal pressentimento, relinchou e parou. O homem ficou confuso e, não percebendo nada de diferente, montou em seu animal; este se sacudiu.
— O que é que está acontecendo com você!? Vamos, depressa, já está ficando tarde! Você ficou maluco.
O cavalo negou-se a prosseguir, mas o homem, furioso, puxando as rédeas, gritava: “vamos, vamos!”. Disse o cavalo:
— Puxa vida. Em todos esses anos eu nunca dei um pio e suportei você nas minhas costas levando-o a todos os lugares que quis, nunca me neguei ou o deixei na mão. E agora que quero avisá-lo de algo importante, você desconfia de mim?
O homem, assombrado com o falar do cavalo, indagou sinceramente:
— Porque se nega a continuar?
— Já que seus pés estão poupados, está fazendo o que quer. Antes, paremos com isso, pois agora eu não quero ficar com os pés doloridos.
Este homem obteve o que queria: seu pé estava indolor e agora, com seu animal, possuía livre acesso às viagens que tanto sonhava. Todavia, a cada ano, seu amor para com sua família esfriava, desprezando-os, chegando a ponto de desprezar até mesmo o companheiro que o levava, sem questionamentos, para onde quer que quisesse. O cavalo, vendo o que acontecia, disse claramente a ele: vamos parar com isso, não está certo.
Uma coisa é certa: o cavalo realmente era seu amigo.
E você, para onde está indo?
Ivan Coimbra Volcov
Psicólogo
CRP – 06/208733
Contato: (18) 99732-5441
Comentários (3)
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Realmente um conto muito interessante e relevante.
Hoje infelizmente, vejo que, se pudessem, muitos carros, motos e bicicletas estariam a se manifestar da mesma forma com seus donos.
Pessoas que abrem mão do convívio familiar para passar a manhã, tarde, noite, ou até o dia todo envolvidos em atividades com os colegas, muitas vezes, deixando de estar com os próprios filhos. Isso sem falar das benditas redes sociais!
Uma vez, vi um cientista dizer numa entrevista, que a vida e tudo o que acontece, não é nada mais do que ciclos que se repetem.
Aguardo o dia em que a humanidade, troque o virtual pelo real, e volte a ser NORMAL novamente!!!