Ameaçado de extinção, lobo-guará cai em vala de estação de tratamento de esgoto e resgate mobiliza o Corpo de Bombeiros
Obra da Sabesp está em construção, em Parapuã (SP), e animal não conseguiu sair por conta de uma lona que cobre todo o local. Após o salvamento, o bicho foi solto na natureza.
Um lobo-guará foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros depois de cair em uma vala das futuras instalações de uma estação de tratamento de esgoto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), em Parapuã (SP).
De acordo com a corporação, o animal caiu no local e ficou impedido de sair por conta de uma lona que cobre toda a obra. Como a lona é escorregadia, o lobo-guará não conseguiu subir de volta, segundo os bombeiros.
A espécie é considerada vulnerável e ameaçada de extinção.
O Corpo de Bombeiros ainda pontuou que o lobo-guará estava saudável e sem ferimentos. O animal, segundo a corporação, estava apenas exausto, isso por conta das diversas tentativas que ele fez de subir a lona para sair do local.
O bicho, conforme a corporação, foi encontrado por funcionários que trabalham na construção da estação de tratamento de esgoto e por uma representante da Prefeitura.
Após ser resgatado, o animal foi solto na natureza, nesta segunda-feira (26).
A redação, a Sabesp informou que na manhã desta segunda-feira (26) o Corpo de Bombeiros esteve na estação de tratamento de esgoto em construção para a retirada do lobo-guará.
O local em que o animal ficou preso, conforme a Sabesp, será uma lagoa de tratamento de esgoto, que ainda não está em operação.
A obra fica na estrada vicinal PRP-060, que liga Parapuã ao distrito de Lagoa Azul, e irá substituir a atual estação de tratamento existente na cidade. O animal foi resgatado e solto pelos bombeiros em uma mata, conforme a empresa.
Espécie ameaçada de extinção
O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é o maior canídeo da América do Sul. Um animal adulto chega a medir 1,30 metro de corpo, além de 40 centímetros de cauda, podendo atingir um metro de altura e mais de 20 quilos. É da família dos canídeos e pertence a um gênero composto por uma única espécie.
Seus parentes distantes do gênero Canis, como o lobo-cinzento e o lobo-vermelho, só existem nas Américas, do México para o Norte, e em partes da Europa e da Ásia.
Apesar do porte e da aparência, é um animal inofensivo ao homem, de comportamento dócil, e raramente há briga entre eles.
O chamado lobo “bom” vive em campos abertos – no caso do Brasil, no Cerrado, nos Campos Sulinos, na Caatinga e na borda do Pantanal.
Também pode ser encontrado na Argentina, no Paraguai, na Bolívia e numa pequena parte dos territórios do Uruguai e do Peru.
O lobo-guará é onívoro e alimenta-se principalmente de roedores, pequenos répteis, caules doces, mel, aves e frutos. A gestação deste animal dura em torno de 62 a 66 dias, com ninhadas de até seis filhotes.
A espécie é considerada vulnerável e está ameaçada de extinção.
No passado, acreditava-se que a diminuição da população do lobo-guará no Brasil era decorrente da perda de habitat. Mas em 2005 o resultado de um encontro de pesquisadores revelou que o preconceito, o desconhecimento e a superstição superam a ameaça da diminuição do território.
O lobo-guará ainda é caçado para a retirada dos olhos como amuleto e por donos de propriedades rurais, com o argumento de evitar o ataque a aves e pequenos animais.
Fonte: G1
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