Adoção responsável de animais exige série de cuidados e muito amor pelos bichinhos

A redação conversou com responsáveis de projetos que possuem pets na espera de um lar definitivo em Presidente Prudente.

Adotar um animal de estimação vai muito além de colocar um pote com água e outro com ração diariamente. A adoção envolve uma série de cuidados com alimentação, segurança e saúde do pet, além de ter tempo disponível, e, principalmente, ter muito amor e carinho pelos bichinhos.

Em Presidente Prudente, existem diversas formas de realizar a adoção. A redação conversou com os responsáveis de alguns desses meios, que explicaram a importância da adoção consciente e responsável.

Centro de Controle de Zoonoses

A redação, o veterinário do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Guilherme Vincoletto Kempe, a adoção é simples.

“Você pode vir até o CCZ e conhecer os animais que aqui estão. Assim que escolher, é passado todas as características do animal, como por exemplo, se o animal é fujão, hiperativo, bravo ou tranquilo. Caso, mesmo assim a pessoa queira adotar, é feito um termo para que a pessoa assine estar ciente das responsabilidades, além de água, comida, abrigo e cuidados veterinários que esse animal vai ter futuramente”, explicou.

A adoção responsável, conforme o veterinário, é basicamente composta pelos termos já citados, em que a pessoa se responsabiliza a partir daquele momento pela vida do animal, todos os cuidados e implicações que podem existir.

“Todos os animais adultos saem do órgão já castrados. Dos filhotes é feito a ficha e agendado a data”, acrescentou.

A devolução, segundo o especialista, é uma questão de bom senso, afinal, depois de todas as explicações passadas pelo órgão, pode haver casos em que o animal não se adapta ao local, mas em 72 horas já é possível avaliar isso.

“Agora, a maioria dos casos de devolução são animais que estão de dois meses a anos com seus tutores, e eles forçam a devolução alegando os mais diversos problemas, como situação financeira, não adaptação e até que o animal está velho demais, então fica o questionamento, ‘você pode devolver uma criança adotada?'”, enfatizou o veterinário

Kempe ainda informou que, geralmente, o órgão recebe o animal de volta quando está dentro do prazo, em outros casos é feito mediante a um Boletim de Ocorrência e notificação.

“Mas é importante lembrar que a partir do momento que você adota, é responsabilidade sua cuidar”, pontuou.

Para adotar de pelo Centro de Controle de Zoonoses é possível agendar uma visita pelo telefone (18) 3905-4220.

Pastoral de Proteção dos Animais

Na Pastoral de Proteção aos Animais São Francisco de Assis, que fica na Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, a chamada Igreja da Vila Maristela, em Presidente Prudente, também é possível adotar um animal de estimação.

Lucilene Bergamini, coordenadora da pastoral, contou como é feito o procedimento de adoção.

“Conversamos com o pretendente, vemos qual o perfil do pet que está procurando, e vemos se é compatível com as possibilidades. Por exemplo, às vezes a pessoa quer um cão porte grande, mas mora em apartamento ou em casa sem quintal, aí pontuamos o que pode ou não dar certo e orientamos qual a melhor opção em cada caso. O adotante passa a ser a família do pet, passa a ser sua responsabilidade cuidar dele (a) até o final da vida, com amor, proteção e todos cuidados necessários”, falou.

Segundo a coordenadora, a posse responsável tão somente é cuidar e atender todas as necessidades do pet: mantê-lo em segurança dentro do espaço doméstico, alimentá-lo, agasalhar em dias frios, dar amor e demonstrar que se um dia ele viveu em um ambiente hostil, ficou para trás,

“Posse responsável, nada mais é que garantir a saúde física e mental do pet. A castração, por exemplo, é um ato de amor e zelo, previne várias doenças e ajuda inclusive o pet ter melhor comportamento”, disse.

Luciana ainda explicou que a pessoa tem o direito de se arrepender da adoção e, nesse caso, deve devolver diretamente à pessoa da qual o animal foi adotado e jamais abandonar o pet à própria sorte.

Os direitos e bem estar do pet devem sempre ser respeitados e garantidos, nunca deve se judiar, colocar em situação de risco, deixar em situação de fome e/ou doença. A castração é um dos meios mais eficazes de prevenção, inclusive de abandono, e caso por algum motivo não seja mais possível ficar com o pet, procurar alguém que possa a partir desse momento, nunca, jamais abandonar, além de ser crime, é muita crueldade”, enfatizou.

A coordenadora ainda disse que nos últimos tempos nem mesmo os animais de raça estão escapando do abandono.

“Quando os bichinhos vão ficando velhos, perdem a graça, ficam doentes, e acabam abandonados com a maior facilidade. Isso não pode acontecer”, concluiu.

Quem ficou interessado em adotar, basta entrar em contato com a pastoral pela internet.

Amigo Bicho Prudente

Pelas redes sociais também é possível encontrar animais para adoção. Uma opção é a página Amigo Bicho Prudente, responsável apenas por divulgar animais para adoção, indicando os locais ou pessoas responsáveis pelos bichos.

A página, conforme especificado na descrição, serve para divulgar animais para adoção, animais perdidos, castração e pedidos de ajudas. Os responsáveis pela página não resgatam animais. O serviço não se trata de uma Organização Não Governamental (ONG) e não possui um abrigo de animais.

O grupo Amigo Bicho Prudente, conforme descrito na página, tem como objetivo conscientizar e incentivar a população sobre a adoção responsável, a importância da vacinação e castração.

A página divulga animais perdidos para serem adotados e possuí um álbum de fotos com as doações que recebem e os animais castrados.

Segundo descrição da página, o que importa é manter uma corrente do bem, com a união das pessoas com o mesmo objetivo: recuperar, adotar, castrar e salvar vidas.

Protetora de animais

Uma outra opção de fazer a adoção responsável é através dos protetores de animais. Uma delas é a Silmara Albiere, que resgata animais de ruas, vítima de maus-tratos e possui um lar temporário para os bichinhos.

A protetora explicou que o animal chega até ela, passa por cuidados, pois na maioria das vezes está doente e até precisando cirurgia, depois é colocado para adoção. A castração do animal é feita pela protetora através de doações, ou pelo próprio adotante, que fica responsável.

“A pessoa expõe a vontade de ter um animal, vai até lá ver se gosta, assina um termo de adoção, pois a pessoa tem que ter responsabilidade. Sempre peço que deixe o animal sem acesso a rua, que não fique acorrentado, que fique atento as vacinas, o vermífugo, que o animal seja tratado com amor, uma adoção responsável. Sempre que alguém vai adotar, faço uma entrevista, porque tem animal que não aceita gatos, tem animal que não aceita cachorros, questiono sobre o sistema de criação, como o local adequado para criar os animais”, explicou Silmara.

A protetora também destacou a consciência que o adotante precisa ter para cuidar do animal.

“A pessoa que pega o animal, ela tem que ter consciência de que o animal vive mais de dez anos. Eu acho que se ela se arrepende, é porque não sabe bem o que quer. A adoção é algo muito importante, que tem que ter responsabilidade. O bichinho tem sentimentos, ele se apega, não pode pegar um animal e depois querer devolvê-lo. Claro que se chegar alguém em mim e dizer ‘não quero mais’, como já aconteceu, com certeza eu pego de volta, não vou deixar na rua, mas quem tem que ter consciência de um animal não ficar na rua é o ser humano. Muitos adotam um bichinho quando ainda são filhotes, mas depois perdem a graça, e tem coragem de abandonar. Muitos acham que deixar uma vasilha com ração, uma com água, é o suficiente, mas não é. O animal precisa de cuidados”, falou.

Silmara também disse sobre a necessidade de ajudar quem cuida desses animais.

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“Se não pode adotar, ajude um protetor que está ajudando esses animais, olhe o animal com outros olhos, o animal não é uma coisa, tem sentimentos”, concluiu.

Aos interessados em adotar um animal através da protetora, ou em ajudar o lar temporário, basta entrar em contato pelo telefone (18) 99668-6920, ou pelas redes sociais.

Por Aline Costa, G1 Presidente Prudente