Quem é Lincoln Gakiya, promotor inimigo do PCC e ameaçado de morte desde 2005

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Quem é Lincoln Gakiya, promotor inimigo do PCC e ameaçado de morte desde 2005

Ele foi autor do pedido que transferiu, em fevereiro de 2019, 22 chefes do PCC para presídios de segurança máxima. Gakya vive há mais de dez anos sob escolta policial 24 horas por dia.

Alvo de um novo plano de assassinato pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), o promotor de Justiça Lincoln Gakya vive há mais de dez anos sob escolta policial 24 horas por dia por causa das ameaças de morte recorrentes que recebe. Ele é ameaçado pela facção ao menos desde 2005.

O promotor faz parte do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo) de Presidente Prudente, no interior do estado. Ele assumiu a Promotoria de Justiça da Comarca da cidade em 1996, para onde foi mandada a cúpula do PCC dez anos depois.

🔎 O Ministério Público e a Polícia Civil de São Paulo realizam na manhã desta sexta-feira (24) uma operação para cumprir 25 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de planejarem ataques contra o promotor e o coordenador de presídios Roberto Medina, responsável por unidades prisionais da Região Oeste do estado e que comanda unidades que abrigam os chefes do PCC. 

Em entrevista ao programa Conversa com Bial, exibido pela Rede Globo em julho, Gakiya comparou o isolamento social vivenciado por ele e pelos membros de sua família ao dos integrantes da facção criminosa investigada por ele há 20 anos.

“De certa maneira, eu teria mandado esses criminosos para o isolamento, e eu também fui isolado junto com eles”, disse na ocasião ao jornalista e apresentador Pedro Bial.

O representante do MP na região de Presidente Prudente (SP) recebeu o primeiro decreto de morte, enquanto usufruía de uma licença-paternidade após o nascimento do segundo filho.

O episódio mais recente que confrontou a facção e o promotor ocorreu em fevereiro de 2019 quando 22 chefes do PCC para presídios de segurança máxima.

Em 2019, quando Moro era ministro de Segurança Pública, governos federal e de São Paulo transferiram Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e mais 21 integrantes do PCC para penitenciárias de segurança máxima.

À época, a operação foi realizada depois que o Ministério Público descobriu um plano da facção para resgatar os principais líderes que estão presos na penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior do estado. O promotor foi autor do pedido de transferência.

Em julho daquele mesmo ano, durante revista em uma das celas da penitenciária 2 de Presidente Venceslau, foram encontradas cartas com ordens explícitas de ataques contra agentes públicos, em retaliação à transferência dos criminosos. O promotor também era um dos alvos.

Operação

Os mandados contra os suspeitos de planejarem a morte de Gakya e do coordenador de presídios Roberto Medina estão distribuídos nas cidades paulistas de Presidente Prudente (11), Álvares Machado (6), Martinópolis (2), Pirapozinho (2), Presidente Venceslau (2), Presidente Bernardes (1) e Santo Anastácio (1).

A investigação, conduzida pela Seccional de Presidente Prudente, começou em julho, depois que policiais militares prenderam um homem em flagrante por tráfico de drogas.

A análise do celular apreendido com Vitor Hugo da Silva, o VH, revelou a participação dele num plano para matar o coordenador de presídios Roberto Medina. Os investigadores encontraram, por exemplo, um minucioso levantamento sobre a rotina de Medina, com fotos e vídeos que mostram o trajeto percorrido diariamente pelo coordenador de presídios de casa até o trabalho.

Em áudios, os bandidos falam sobre a preocupação de serem filmados nas imediações da casa de Roberto Medina.

Fonte: G1

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