Uso de luvas é obrigatório durante a vacinação?
Assim como em outras campanhas, utilização deve ser feita em situações específicas, conforme o Cofen
Nesta semana, chamou a atenção o não uso de luvas por profissionais de saúde no momento em que aplicam a imunidade contra a Covid-19. As imagens levantaram dúvidas quanto a sua obrigatoriedade. Mas, assim como em outras campanhas de vacinação que ocorrem periodicamente no Brasil, o uso delas não é obrigatório, exceto em algumas situações.
O presidente do Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo), James Francisco Pedro dos Santos, explica que somente devem ser utilizadas quando o profissional tiver algum tipo de lesão cutânea, ou corte na mão, ou pele ressecada que cause rachadura e que entre em conato com o vacinado. “Do mesmo ponto em que meu paciente pode ter situação que traga risco para o profissional, como lesão na pele, fluído, secreção ou líquido saindo. Exceto isso, não existe obrigatoriedade no uso de luvas”, salienta.
A afirmação vai ao encontro das orientações de prevenção e controle para os profissionais de enfermagem, publicadas nesta semana pelo Cofen (Conselho Federal de Enfermagem). No documento, além das recomendações específicas para o uso de luvas, também há orientações sobre os EPIs (equipamentos de proteção individual) recomendados para as salas de vacinação (veja o box). “Se não estou utilizando as luvas, a recomendação é a higienização das mãos entre um procedimento e outro. No mínimo com álcool 70% ou lavar com água e sabão”, explica o presidente do Coren.
Importância de usar EPIs
James lembra que os dispositivos de proteção individual já são preconizados há bastante tempo, o que antes do atual cenário foi “negligenciado pela grande maioria dos profissionais”, segundo afirmação do presidente. “Com a pandemia, verificamos a demanda ainda maior do uso de EPIs, porque fomos postos de frente a uma situação que não tinha tratamento, e a única forma de não infeccionar é utilizando os equipamentos”, explica James, que traz como exemplo as máscaras, protetor facial, óculos e aventais descartáveis.
“Hoje, nós somos a maior categoria de profissionais da área da saúde, e em números, demanda preocupação muito grande. Nos últimos 12 meses, os profissionais têm sido protagonistas assim como ao longo do tempo, e a enfermagem tem se mostrado cada vez mais um elo com a equipe multiprofissional”, salienta o presidente do Coren-SP. “É fundamental que a enfermagem seja valorizada, não somente no momento de pandemia. E não esquecer também dos outros que estão na área da saúde”.
EPIs RECOMENDADOS
NAS SALAS DE VACINA
– Máscara cirúrgica (deverá ser trocada a cada 2 horas e sempre que estiver úmida ou suja);
– Protetor facial (face shield) ou óculos de proteção;
– Avental descartável para uso diário (um por dia), podendo ser trocado em situações excepcionais, ou avental de tecido devendo ser higienizado diariamente pelo serviço, evitando que o profissional leve o avental para a sua residência;
– Luvas de procedimentos: recomendada somente para indicações específicas como vacinadores com lesões cutâneas ou raras situações que envolvam contato com fluidos corporais do paciente ou que ele apresente lesões de pele no local da aplicação. Se usadas, devem ser trocadas entre os pacientes, associadas à adequada higienização das mãos;
– Higienização das mãos: a cada vacinação com álcool gel 70% e a cada cinco vacinações a lavagem com água e sabão;
– Respirador PFF2/N95, recomendado para ambientes sem ventilação/circulação de ar adequada, para uso com pacientes institucionalizados ou confinados, como nas Instituições de Longa Permanência de Idosos – ILPI e estabelecimentos prisionais, ou que apresente o risco de aerossóis.
Fonte: O Imparcial
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