Unidades de Pronto Atendimento de Presidente Prudente têm 66 pacientes à espera de vagas em hospitais


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Unidades de Pronto Atendimento de Presidente Prudente têm 66 pacientes à espera de vagas em hospitais

Este é o maior número desde que as UPAs começaram a receber pessoas com Covid-19, que aguardam um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou enfermaria.

A Prefeitura de Presidente Prudente informou neste sábado (27) que 66 pacientes aguardavam por vagas em hospitais nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do município. Este é o maior número desde que as unidades começaram a receber os pacientes com Covid-19, que esperam um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou enfermaria em hospitais.

A técnica em farmácia Kátia Cavalcante de Morais contou ao G1 que sua mãe, Marilene Cavalcante de Morais, de 65 anos, está internada com Covid-19 na UPA do Jardim Guanabara desde a última quarta-feira (24) e necessita de uma vaga em hospital. Segundo Kátia, sua mãe foi intubada na noite desta sexta-feira (26).

“É uma situação muito triste. Infelizmente várias famílias vivem isso que minha família está passando. Todos têm direito à vida. A gente precisa de ajuda. Sentimos a dor do outro. A gente vê o esforço dos médicos, enfermeiros e funcionários da UPA em prestar o melhor atendimento que está ao alcance, mas eles também precisam de melhores condições para trabalhar e atender os pacientes”, afirmou Morais ao G1.

A técnica em farmácia ainda contou ao G1 que na última segunda-feira (22) sua avó materna morreu na UPA do Jardim Guanabara, com Covid-19, esperando uma vaga em hospital. Ainda conforme Kátia, uma tia dela também está internada com Covid-19 na UPA do Ana Jacinta.

Espera por atendimento

A moradora do Parque Alexandrina, Márcia Monteiro de Lima, diz que sempre que precisa de atendimento médico, a UPA do Jardim Guanabara é o destino. Mas nos últimos meses, isso não tem sido fácil. Neste sábado (27), por exemplo, foi um desses dias difíceis: ela chegou às 9h e saiu perto das 14h.

Principalmente aos fins de semanas, as UPAs são muito procuradas pela população. E aí, não tem jeito. Tem que encarar a espera.

O motorista de aplicativo Ivanildo Fraga dos Santos foi mais um que precisou recorrer a uma UPA neste sábado. Ele estava com o filho de dez anos com sintomas da Covid-19 e já estava na unidade do Ana Jacinta desde às 11h30 e até o início da tarde só tinha sido feita a triagem.

A realidade no setor de saúde fica cada vez mais difícil. Em um documento assinado pelo provedor Itamar Oliveira, a Santa Casa de Presidente Prudente informou estar em “colapso total”.

De acordo com o hospital, os leitos destinados à Covid-19 estão 100% ocupados há um mês. A instituição também afirmou que, na última quarta-feira (24), não havia pontos de oxigênios disponíveis e nem ventiladores mecânicos para os pacientes. Além disso, 13 pacientes esperavam por leitos de UTI, 34 pessoas estavam em estado grave, sendo que 33 necessitavam de ventilação mecânica.

O hospital realiza tanto atendimento pela rede pública quanto pela privada. A questão de risco de desabastecimento de medicações também é preocupante. Com superlotação em várias unidades, a verdade é que população não tem muito pra onde “correr”.

Prefeitura

A Prefeitura de Presidente Prudente informou que neste sábado há 66 pacientes com Covid-19 aguardando nas UPAs por transferência para hospitais. Segundo o Poder Executivo, as UPAs tem por característica ser porta aberta, portanto, encontrará todos os meios possíveis de acomodar pacientes mesmo com a sua capacidade de atendimento extrapolada.

A Prefeitura esclareceu que não há neste momento desabastecimento de oxigênio nas UPAs do município.

Conforme o Poder Executivo, toda remoção de paciente é comunicada previamente às UPAs para que possam se organizar para receber esses pacientes, apesar da lotação.

Ainda segundo a Prefeitura, a sobrecarga excessiva de pacientes leva a uma natural demora para conseguir prestar assistência a todos.

Estado

Em nota à TV Fronteira, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo informou que a rede de saúde está impactada com o aumento de casos e internações em diversos pontos do Brasil. No Estado, a taxa de ocupação dos leitos de UTI Covid chegou a 92,4% e na região de Presidente Prudente é de 96,2%.

“Para fazer frente a este cenário, o Governo de SP prorrogou a fase emergencial do Plano São Paulo até o dia 11 de abril, com restrições mais rígidas de circulação visando evitar o aumento de casos, internações e mortes. Além disso, está trabalhando junto aos municípios para ampliação de leitos de enfermaria e UTI no SUS”, explicou a pasta.

O Estado ainda disse que é fundamental que a população respeite a fase emergencial do Plano São Paulo, use máscaras, respeite o distanciamento social e fique em casa. Ainda explicou que na região de Presidente Prudente, estão em andamento as medidas para adaptação do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Dracena com previsão de 10 leitos de UTI e dois de enfermaria.

“Ainda no início de março, a Secretaria Estadual de Saúde implantou 10 novos leitos de UTI Covid e 10 de enfermaria no Hospital Regional de Presidente Prudente. Hoje a unidade conta com o total de 40 leitos UTI e 55 enfermaria exclusivos para atendimento a Covid-19”, informou a pasta.

A Secretaria de Estado da Saúde ainda explicou que mantém diálogo com representantes de empresas fornecedoras de gases medicinais para garantir a perenidade do fornecimento de oxigênio nos hospitais da rede hospitalar estadual que atendem casos graves e gravíssimos de Covid-19.

Sobre os medicamentos, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que vem cobrando o Governo Federal por medidas “expressas e urgentes” para abastecer a rede pública de saúde com medicamentos utilizados em intubação. A finalidade é garantir disponibilidade para atender os casos graves de Covid-19, especialmente devido ao crescimento do número de internações.

“É necessária uma centralização e uma política nacional para que os pacientes continuem sendo assistidos adequadamente. A pasta tem cobrado recorrentemente providências por parte do Ministério da Saúde, por meio de ofícios e reuniões com representantes federais, a exemplo da realizada na sexta-feira (19) com participação da Saúde estadual. Apesar disso, o governo federal fez somente uma liberação de neurobloqueadores em quantidade suficiente para apenas dez dias de consumo”, informou o Estado.

A pasta estadual ainda pontuou que é fundamental que os gestores dos demais serviços de saúde que compõem as redes pública e privada de saúde mantenham o monitoramento da sua demanda, utilizem racionalmente estes produtos e otimizem medidas para garantir assistência a quem precisa.

Fonte: G1

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