Pandemia altera celebrações da Quarta-feira de Cinzas


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Pandemia altera celebrações da Quarta-feira de Cinzas

Rito de imposição das cinzas, que marca o início da Quaresma, será diferente: ao invés de ser feita na testa, disposição das partículas bentas ocorrerá sobre a cabeça, evitando contato

Nesta quarta-feira, inicia a semana da Quaresma, período em que fiéis permanecem 40 dias em conversão e oração. A data também marca a imposição das cinzas sobre a testa dos cristãos, e convida relembrar que do pó viemos e ao pó voltaremos. O rito de preparação para Páscoa, segundo o bispo diocesano, dom Benedito Gonçalves dos Santos, será mantido na Diocese de Presidente Prudente, seguindo todos os protocolos sanitários e adaptações da igreja. 
O período quaresmal, segundo a tradição católica, remete a uma profunda reflexão e, sobretudo, direciona seus fiéis para aos 40 dias que o povo Hebreu passou caminhando pelo deserto ao ser liberto do Egito até a terra prometida. Além dos 40 dias que Jesus passou no deserto realizando um momento de oração e intimidade com Deus. 
Para dar início a este período, nesta quarta-feira a igreja católica realizará a tradicional Missa de Cinzas, rito em que o padre coloca as cinzas bentas sobre a testa dos fiéis. No entanto, a atual situação de saúde causada pela crise pandêmica do novo coronavírus continua exigindo uma série de atenções que também se refletem em âmbito litúrgico. 
Se antes os fiéis recebiam a imposição das cinzas sobre a testa, agora o rito será feito pela disposição das partículas bentas sobre a cabeça – uma forma de evitar contato pessoal. As medidas de distanciamento e ocupação máxima das igrejas (baseadas em decretos estaduais e municipais) também deverão ser respeitadas. A orientação é válida para toda a Diocese, acrescenta o bispo.

Oração, jejum e caridade

A Quaresma é período de conversão e autorreflexão. São 40 dias dedicados à oração, ao jejum, à partilha do pão e à conversão pela revisão de práticas e posturas diante da vida e das pessoas. O catecismo da Igreja Católica ressalta as três formas de penitência interior do cristão ensinadas pela escritura e pelos padres da igreja: o jejum, a oração e a esmola (caridade). “Elas exprimem a conversão em relação a si mesmo, a Deus e aos outros”.
A igreja, portanto, reforça que a conversão realiza-se na vida cotidiana por gestos de reconciliação, pelo cuidado dos pobres, o exercício e a defesa da justiça e do direito, pela confissão das próprias faltas aos irmãos, pela correção fraterna, a revisão de vida, o exame de consciência, a direção espiritual, a aceitação dos sofrimentos, e a coragem de suportar a perseguição por amor da justiça. 
A oração, segundo o bispo dom Benedito Gonçalves dos Santos, é a chave que abre a porta dos corações, para que assim, possam receber as benções de Deus. “A pessoa é convidada a abrir o coração, pois somente assim receberá as graças necessárias”, explica. Já o jejum permite purificar não somente o corpo, mas também o espírito. “Assim como o nosso corpo precisa do alimento, o nosso espírito precisa da alma. Quanto menos apego houver em nosso coração, mais espaço haverá nele para Deus”. 
A caridade, por sua vez, é um convite para quebrar o egoísmo e imitar a misericórdia de Deus, repartindo o pão com os necessitados. “Essa partilha da caridade não é somente com o pão, mas os dons e a vida a serviço do reino de Deus e do irmão, principalmente das pessoas vulneráveis”. 

Campanha da Fraternidade

A Quaresma é marcada também pelo início da Campanha da Fraternidade, que neste ano tem como tema escolhido a “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Efésios 2.14). “O diálogo é você dar o testemunho de Cristo e de Deus, pois através deste ato somos capazes de unir aquilo que nos separa. Com isso, se o fiel tiver um coração fraterno e aberto ao diálogo, com certeza o amor irá brotar. Devido ao isolamento social, convido cada membro alimentar no seio da sua família o diálogo e, principalmente, o amor. Se ele está presente, Cristo, que é paz, cria unidade no seio dos seus”, explica o bispo.  

Fonte: O Imparcial

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