Manipulação na Série A: veja quais são os seis jogos investigados


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Manipulação na Série A: veja quais são os seis jogos investigados

Operação deflagrada nesta terça-feira identificou suspeitas sobre jogadores e apostadores

Horas depois de ter deflagrado a segunda fase da Operação Penalidade Máxima, nesta terça-feira, o Ministério Público de Goiás anunciou quais são os seis jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de 2022 sob suspeita de manipulação.

Nove jogadores foram alvos de mandados de busca e apreensão. O ge identificou quatro deles: os zagueiros Victor Ramos, da Chapecoense, e Kevin Lomónaco, do Bragantino, o lateral-esquerdo Igor Cariús, do Sport, e o meia Gabriel Tota, ex-Juventude e atualmente no Ypiranga-RS.

Bruno Lopes de Moura, apostador que havia sido detido na primeira fase da operação, foi preso em São Paulo nesta terça.

Quatro dos cinco jogos suspeitos ocorreram na rodada 36 do torneio. Os promotores afirmam que não é possível afirmar ainda se os jogadores de fato receberam dinheiro para adulterar os resultados. Mas confirmaram que houve ofertas por parte de apostadores.

– Desde que a investigação se iniciou em novembro foi centralizada em três partidas, agora são 11 no radar, mas não descartando outros jogos que possam ter sido manipulados – afirmou o promotor Fernando Cesconetto.

Veja abaixo quais são os jogos:

Santos 1 x 1 Avaí

Um dos atletas do Santos foi assediado para tomar um cartão amarelo;

O que aconteceu no jogo: Luiz Felipe, Rodrigo Fernandez e Vinicius Zanocelo (no banco de reservas) receberam amarelo.

Red Bull Bragantino 1 x 4 América – MG

Um atleta do Bragantino foi assediado para tomar um cartão amarelo;

O que aconteceu no jogo: Lomónaco, Aderlan, Luan Cândido, Raul, Artur e Popó receberam amarelo.

Goiás 1 x 0 Juventude

Dois atletas do Juventude foram assediados para tomar cartões amarelos;

O que aconteceu no jogo: Cesar, Paulo Miranda, Moraes, Jean Irmer, Felipe Pires e Vitor Gabriel receberam cartão.

Cuiabá 1 x 1 Palmeiras

Um jogador do Cuiabá foi assediado para tomar cartão amarelo;

O que aconteceu no jogo: Marllon e André Luis receberam amarelo.

Um jogo ocorreu na rodada 37 do Campeonato Brasileiro de 2022:

Botafogo 3 x 0 Santos

Um jogador do Santos foi assediado para tomar cartão vermelho;

O que aconteceu no jogo: Eduardo Bauermann foi expulso após o apito final.

Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão nesta terça-feira, um jogador do Juventude afirmou espontaneamente aos promotores que foi assediado para tomar cartão amarelo em outro jogo, no dia 10 de setembro, que não estava na lista inicial do Ministério Público:

Palmeiras 2 x 1 Juventude

Um jogador do Juventude foi assediado para tomar cartão amarelo.

O que aconteceu no jogo: Jadson, Moraes e Vitor Gabriel receberam amarelo.

– Foram 20 mandados de apreensão, um em Goiás, três mandados no Rio Grande do Sul, dois mandados em Santa Catarina, um no Rio de Janeiro, dois no Pernambuco e 11 no estado de São Paulo, além de três prisões preventivas no estado de São Paulo. Entre os investigados, estão jogadores, intermediários, não descartando que essas pessoas também sejam jogadores de futebol – acrescentou Cesconetto.

Segundo os promotores, as ofertas dos aliciadores variavam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil.

Mais suspeitas nos estaduais

Segundo o Ministério Público, há também partidas dos campeonatos estaduais de 2023 sendo investigadas. São elas:

Goiás x Goiânia (derrota do Goiânia no primeiro tempo);

Caxias x São Luiz-RS (jogador do São Luiz cometer pênalti);

Esportivo x Novo Hamburgo (para o jogador receber cartão amarelo);

Luverdense x Operário (manipulação no número de escanteios);

Guarani x Portuguesa (atleta receber cartão amarelo) .

– O que tivemos era uma aposta de R$ 80 mil com parte de valores para os jogadores do Goiânia assegurassem a derrota do Goiânia no primeiro tempo, atletas que ainda depende da investigação. Não podemos confirmar nem negar nomes – explicou o promotor.

Na manhã desta terça-feira, o MP-GO em parceria com autoridades de outros estados, realizou uma operação para cumprir três mandados de prisão preventiva e mais 20 mandados de busca e apreensão. A operação abrange seis estados e 16 cidades. Um dos alvos é o zagueiro Victor Ramos, da Chapecoense.

Operação Penalidade Máxima dividida por estados:

Goiás: um atleta investigado;

Rio Grande do Sul: três investigados (dois atletas);

Santa Catarina: dois atletas investigados;

Rio de Janeiro: um investigado (não atleta);

Pernambuco: dois atletas investigados;

São Paulo: dez mandados de busca (dois para atletas) e três prisões.

Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça de Goiás e foram cumpridos em Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).

Os três mandados de prisão foram cumpridos em São Paulo – e contra aliciadores e apostadores. Não há nenhuma suspeita sobre árbitros, clubes ou dirigentes.

R$ 100 mil para corromper atletas

Segundo o MP, o grupo criminoso cooptava jogadores com ofertas que variavam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para que cometessem lances específicos nos jogos, como um número determinado de faltas, levar cartão amarelo, garantir um número específico de escanteios para um dos lados e até atuar para a derrota do próprio time.

Diante dos resultados previamente combinados, os apostadores obtinham lucros altos em diversos sites de apostas – ou diretamente, ou por meio de laranjas.

O que é a operação Penalidade Máxima?

As investigações começaram no final do ano passado, depois que o volante Romário, do Vila Nova-GO, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport pelo Campeonato Brasileiro da Série B. Ele recebeu um sinal de R$ 10 mil, e só teria os demais R$ 140 mil após a partida. Como não foi relacionado, tentou cooptar colegas de time – sem sucesso.

A história então vazou e o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, ele próprio um policial militar, investigou o caso e entregou as provas para o Ministério Público de Goiás. A primeira denúncia, feita há dois meses, indicava que havia três jogos suspeitos na Série B do ano passado. Mas, como o ge publicou, havia a suspeita de muito mais jogos, em várias competições, o que faria a operação se tornar nacional. Foi o que aconteceu. As suspeitas agora chegaram à Série A.

Oito jogadores de diferentes clubes foram denunciados pelo Ministério Público e viraram réus por participarem do suposto esquema.

São eles: Romário (ex-Vila Nova), Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).

Eles estariam envolvidos no esquema de cometer pênaltis no primeiro tempo dos jogos Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina. Isso só não aconteceu na partida entre goianos e pernambucanos, já que Romário e Gabriel Domingos não jogaram.

Joseph cometeu o pênalti em Criciúma x Tombense, e Mateusinho o fez em Sampaio Corrêa x Londrina. Os demais atletas do Sampaio citados, segundo o MP-GO, estavam cientes e participaram de alguma forma.

Fonte: GE

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