‘Fizemos uma moqueca e fomos tapeando até o socorro chegar’, diz pescador que ficou à deriva por quatro dias com amigo na BA
Os idosos de 74 e 75 anos, que ficaram à deriva por quatro dias após o motor do barco em que eles estavam quebrar, no mar da praia de Cacha Pregos, em Vera Cruz, município na Ilha de Itaparica, disseram que pescaram peixes e fizeram uma moqueca para tapear a fome enquanto esperavam o resgate.
A dupla foi resgata por equipes da Marinha, no domingo (10). Em entrevista ao Bahia Meio Dia, programa da TV Bahia, nesta segunda-feira (11), Antônio Santos Moreira disse que ele e o amigo, Raimundo Valério dos Santos, tinham água, comida e gás de cozinha no barco.
“Peixe tinha, farinha tinha, água também tinha e ai fizemos uma moqueca e fomos tapeando [a fome]. até o socorro chegar”
disse o pescador, Antônio Santos Moreira.
Os pescadores trabalham na região do Lobato, na capital baiana, de onde partiram em um saveiro de pesca, na última quarta-feira (6). Desde então, as famílias não conseguiram mais contato com eles e somente no domingo que eles foram encontrados, dentro da embarcação, pela equipe de salvamento da Marinha.
Os dois foram achados em boas condições de saúde, receberam atendimento pelo médico do navio e passam bem.
Raimundo Valério dos Santos contou que ele e o amigo, que trabalham no mar há mais de 30 anos, perceberam que estavam com problemas quando estavam próximo de chegar no ponto de pescaria. O motor do barco apresentou defeito e eles ficaram à deriva no mar. No entanto, outro pescador que passava pelo local, os encontrou e entrou em contato com a família de Antônio.
“O problema aconteceu quando a gente estava perto de chegar no ponto de pescaria. Aí nós aportamos e ficamos lá aguardando. [Quando o pescador passou]Telefonamos para a família para que tomassem providências e ficamos aguardando até a chegada da Marinha”
disse Raimundo Valério.
Um amigos dos pescadores relembrou a preocupação dos familiares e de outros amigos da dupla, quando eles não retornaram da pescaria nem entraram em contato com a família.
“[Eu e mais dois amigos] passamos o dia todo rodando [no mar]. Eu liguei o motor do barco 7h da manhã e só desliguei 17h30 da tarde, rodando por lá, e não encontrei eles”
relatou Tico, amigo de Raimundo e Antônio.
Antônio Santos Moreira, que tem diabetes, disse que a maior preocupação era o fato de não ter levado o medicamento de uso diário.
“Eu pensava que no outro dia cedo a gente ia estar aqui e não levei. Então eu fiquei preocupado, mas graças a Deus deu tudo normal”
relatou o pescador.
Durante a entrevista, Antônio foi questionado se estava com vontade de voltar ao mar para pescar. Em um tom animado, ele respondeu: “ah, se eu estou”!
Fonte G1.
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