‘Faltou a Ford dizer a verdade. Querem subsídios’, diz Bolsonaro sobre saída da empresa do Brasil


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‘Faltou a Ford dizer a verdade. Querem subsídios’, diz Bolsonaro sobre saída da empresa do Brasil

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira lamentar a perda de empregos que será causada pela decisão da Ford de encerrar a fabricação de automóveis no Brasil, mas disse que a empresa não fala a “verdade” e que queria subsídios para continuar no país.

— Lamento os cinco mil empregos perdidos — disse Bolsonaro a apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada. — Mas o que a Ford quer? Faltou a Ford dizer a verdade. Querem subsídios. Vocês querem que continuem dando R$ 20 bilhões para eles, como fizeram nos últimos anos? Dinheiro de vocês, do imposto de vocês.

A decisão da Ford foi anunciada na segunda-feira. A produção será interrompida imediatamente em Camaçari (BA) e Taubaté (SP). A fabricação de algumas peças será mantida por alguns meses para sustentar os estoques para vendas de reposição.

Em sua fala, Bolsonaro criticou a manchete da edição impressa desta terça do GLOBO.

— Ford anunciou a saída do Brasil. São cinco mil empregos. O que a imprensa faz? A capa do Globo: “falta de ambientes de negócios, Ford sai do Brasil”. Há três anos a Ford anunciou que não ia mais produzir carro de passeio nos Estados Unidos. Falta de ambiente de negócio, na verdade, eles tiveram subsídio nosso nos últimos anos, de 20 bilhões de reais.

Entre os motivos para a decisão, Lyle Watters, presidente da Ford na América do Sul, citou um “ambiente econômico desfavorável” agravado pela pandemia.

Segundo o colunista Lauro Jardim, a empresa recebeu R$ 20 bihões de incentivos fiscais do governo brasileiro desde 1999. Mas, segundo especialistas, a falta de incentivos não seria um fator determinante na decisão da montadora de interromper a produçao no Brasil.

Eles dizem que as montadoras estão passando por uma reestruturação mundial, impulsionada pela transformação da indústria automotiva por conta de carro elétrico. Nesse contexto, muitas têm abandonado mercados menos rentáveis, como era o caso do Brasil para a Ford.

Além disso, afirmam, a situação da economia brasileira pesa contra os investimentos. O país está com renda estagnada há seis anos, a tributação é elevada e o governo brasileiro não consegue avançar em reformas que poderiam melhorar o ambiente de negócios.

Nesta terça-feira, Bolsonaro afirmou que “negócio é negócio” e que, se a empresa não estava tendo lucro, o fechamento é esperado. O presidente também afirmou que há uma “concorrência predatória”:

— Repito: lamento os cinco mil empregos perdidos. Quem é chefe de família sabe o problema que causa para dentro de casa. Agora, negócio é negócio. Deu lucro? O cara fica aqui. Não deu lucro? O cara não produz mais aquilo, fecha. E assim é uma concorrência predatória no mundo todo.

Ao falar da perda de empregos, o presidente ainda ressaltou que o país criou 414.556 vagas de emprego em novembro, segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Bolsonaro ainda disse que irá sancionar o projeto que proíbe o contingenciamento de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

— Estou sancionando hoje…Acreditem se quiser, olha só, números aproximados. Os empresários recolhem por anos R$ 9 bilhões para o governo federal para investir em ciência e tecnologia. Menos de 10% eram utilizados ao longo de todos os anos — afirmou. — Vou assinar agora à tarde com o Marcos Pontes sancionando uma lei pra gente investir esses R$ 9 bilhões em ciência e tecnologia, porque todo país que não tem isso está condenado a ser escravo de quem detém tecnologia.

Fonte O Globo.

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