Em live, Ed Thomas defende tratamento precoce contra a Covid-19
Prefeito de Prudente apresentou ainda números importantes, e preocupantes, como 15 pacientes que estavam intubados nas UPAs e um total de 55 à espera de vaga em hospitais
O prefeito de Presidente Prudente, Ed Thomas (PSB), fez uma live nas redes sociais no início desta noite, quando, entre outros assuntos, defendeu o tratamento precoce contra a Covid-19 com medicamentos que já foram condenados por entidades como a Associação Médica Brasileira, associação que, inclusive, emitiu um comunicado nesta semana, em que pede que os fármacos, como a ivermectina, sejam banidos desse chamado tratamento precoce. A própria empresa que produz o medicamento já afirmou que ele não possui eficácia comprovada contra a doença. Ed Thomas apresentou ainda números importantes, e preocupantes, como 15 pacientes que estavam intubados nas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) do município e um total de 55 à espera de uma vaga em hospitais, por meio do sistema de distribuição de vagas do Estado.
O início da transmissão ao vivo do prefeito teve foco em se solidarizar com as famílias que perderam um ente querido para a pandemia e a valorização dos profissionais municipais, em especial os da saúde, que enfrentam desafios diários. Com gancho neste tema da saúde, trouxe os números que preocupam a administração local: 15 pacientes intubados nas UPAs, e que mereciam um atendimento ainda melhor, mas que não possuem por falta de vagas em hospitais, outros 15 em atendimento na Unidade Básica de Saúde do Cohabão, e 55 que aguardam por uma vaga em hospitais.
“Essa fila de espera enorme é também uma fila de morte. O Estado precisa nos ajudar mais, precisamos de mais leitos, inclusive, já pedi 30 novos leitos”. Agradeceu, no entanto, a ajuda do setor privado, que tem feito doações importantes para o combate à Covid-19 em Prudente.
Tratamento precoce
Durante a transmissão, Ed Thomas respondeu aos questionamentos dos moradores em relação ao chamado tratamento precoce contra a Covid-19. Vale lembrar que, nesta semana, O Imparcial noticiou que o vereador e médico de Presidente Prudente, Enio Luiz Tenório Perrone (DEM), levantou essa discussão durante sessão na Câmara Municipal e foi contra o que autoridades de saúde dizem, como a Associação Médica Brasileira, a qual pediu que medicamentos como a ivermectina sejam banidos do chamado tratamento precoce. “Respeito quem não quer, mas eu sempre quis. Os médicos não são obrigados a prescrever, e nem o paciente a tomar, mas isso é uma coisa que precisamos ter em um país que tem liberdade”, afirmou Ed.
O prefeito apontou que não poderia entrar no aspecto científico em relação a este caso, e nem apresentou dados que servem de base para o seu posicionamento, mas garantiu que não é de hoje que ele já havia manifestado ser favorável ao tratamento precoce, inclusive com pedidos ao Ministério da Saúde, mesmo que os medicamentos não tenham comprovação científica comprovada.
“Essa fila de espera enorme é também uma fila de morte
Ed Thomas
Hospital de campanha
Ed Thomas falou ainda sobre os pedidos que já fez para que a cidade, que atende a toda região, receba um hospital de campanha para o combate à Covid-19. “Não sei o motivo de ainda não ter vindo, pois eu pedi. Prudente é uma capital administrativa e precisamos sim de um hospital de campanha”. Ainda sobre a pandemia, afirmou que a cidade recebeu R$ 50 milhões do governo federal para esse combate, e disse que sobraram apenas R$ 4 milhões, já que a maior parte do dinheiro foi gasto com folha de pagamento.
Criticou o Estado de São Paulo, que “fechou quando não podia e abriu quando não deveria”, em relação às fases em que as atividades comerciais foram interrompidas, mas reconheceu que, atualmente, o país todo vive um momento de dificuldade. “Poderíamos sim estar em uma situação melhor. Hoje em dia ainda é preciso que fiscais façam o pedido para que as pessoas usem máscaras. Será que a informação realmente ainda não chegou para essas pessoas?”, disse em tom de desabafo e apelo.
Transporte público
Ed Thomas lembrou das vezes em que funcionários da Prudente Urbano paralisaram o serviço, por terem seus motivos para com a empresa, e afirmou ter consciência de que problemas com a companhia são recorrentes e que não agradam ao povo, desde a licitação. “Eu não participei dessa licitação, ela teve problemas e quem sabe alguns foram resolvidos, mas o conforto não foi resolvido. A sua insatisfação com a empresa é a mesma que a minha, mas eu preciso cumprir com contratos e dar continuidade a eles, mesmo que sejam ruins, infelizmente”. Alegou, no entanto, que se a empresa quiser terminar o contrato, ele aceitará, mas que a iniciativa não partirá dele por motivos contratuais.
Diversos outros assuntos foram abordados, como investimentos na cidade, além de obras e projetos que foram continuados ou implantados nessa nova gestão, tema esse inclusive que a reportagem já tratou com Ed em uma entrevista exclusiva sobre os primeiros meses de governo, e também assuntos como a entrega do camelódromo de Presidente Prudente e outras obras, como o Atende Prudente.
Oportunidade de posicionamento
Como a transmissão ao vivo nas redes sociais ocorreu no início da noite, e encerrou pouco depois das 19h20, não foi possível pedir um posicionamento para todos os citados nesta reportagem, como, por exemplo, o Estado de São Paulo e a Prudente Urbano. No entanto, este diário deixa publicamente a sua disponibilidade para ouvir os citados a partir desta publicação, para mostrar o chamado “outro lado”, desde que sintam essa necessidade.
Por: GABRIEL BUOSI Fonte: O Imparcial
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