Dia da Consciência Negra: “somos todos iguais”
A luta não é para a supremacia, mas pelo respeito que todo ser humano merece. Com estas palavras inicio esta reportagem nesta data especial, quando é lembrado o Dia da Consciência Negra. Neste espaço traremos um relato da esteticista prudentina Jéssica Aparecida da Silva, Jéssica Ferrer, que luta por um mundo mais justo e sem preconceitos, educando seus filhos para que não aceitem nenhum tipo de discriminação. “Você é lindo [a] na sua essência, e tem poder para chegar onde quer que teus sonhos te levem”.
Neste dia de reflexão, Jéssica reforça as principais lutas que devem ser lembradas por toda a sociedade. Atualmente, no seu ramo de atividade (estética), ela faz questão de destacar a valorização dos traços da mulher negra (fenótipo, curvas, cabelo, cor), a quebra de estereótipos e padrões impostos pela mídia há séculos, e o fim da pressão social que, muitas vezes, faz sucumbir à autoestima. “Há uma imensa necessidade de empoderamento da estética negra, porque não há como esta mulher enfrentar o racismo estrutural, quando odeia a si mesma”, reforça.
Mãe de três filhos, Lázaro, Laura, e Lívia, a esteticista repassa o conhecimento e aceitação para os pequenos, seja através da educação ou mesmo através de desenhos e brinquedos representativos. “Tenho duas filhas meninas e elas precisam se reconhecer em uma princesa na TV, em uma boneca com que elas brincam. Ensino elas a amarem seus cabelos cacheados, deixando claro o quanto elas são lindas”, explica. “Também tenho um menino e para ele ensino que um super-herói negro mostra que todos nós podemos ser fortes e lutarmos pelo bem”.
Necessidade de evolução
Jéssica Ferrer diz que espera uma evolução constante da sociedade, a fim de entender que racismo estrutural vai muito além de atitudes de ódio ou discriminação, ou seja, na maioria das vezes ele é implícito como em piadas (olha lá o serviço de preto = serviço mal feito), que ocorre de maneira velada e naturalizada, mas não pode perpetuar. “Quero ver médicos [as], juízes [as], presidentes, empresários [as], modelos [as], negros [as], e tantas outras profissões que se pode sonhar. O negro também pode e deve ocupar espaços de poder na sociedade, e isso deve ser natural e não motivo de confusão, como ocorre em muitos casos”, diz.
Jéssica relata que já passou por várias experiências ao entrar em estabelecimentos comerciais, onde não foi bem atendida ou até mesmo atendida com desmerecimento por desacreditarem do seu poder aquisitivo. “Por várias vezes estive como cliente em lojas e as pessoas vinham me abordar sobre atendimento acreditando que eu fosse uma funcionária, porque desacreditam de um negro dentro de uma loja. Infelizmente, as situações são várias e se repetem com muita frequência”, explica.
Aos filhos e à sociedade ela deixa a seguinte mensagem. “Vai lá e mostra para o mundo que somos todos iguais, e que não aceitaremos nenhum tipo de discriminação. Você é lindo [a] na sua essência, e tem poder para chegar onde quer que teus sonhos te levem”, diz a mãe.
Fonte O Imparcial
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