Covid-19: ocupação de leitos chega a 100% em hospitais de Prudente
A reportagem teve acesso à quantidade de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) disponíveis para o tratamento da Covid-19 no DRS-11 (Departamento Regional de Saúde), que tem como sede Presidente Prudente, mas é composto por 43 municípios. Distribuídos em oito unidades de saúde, são 66 leitos disponíveis para lidar com a doença na região. Contudo, o que preocupa são as ocupações das vagas de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que tem crescido na região nas últimas semanas. O avanço dos números fez com que alguns hospitais chegassem até mesmo ao limite: 100%.
A ocupação da UTI muda diariamente, e até mesmo a cada hora, conforme o quadro clínico dos pacientes. Até hoje, com base nos números da SES (Secretaria Estadual de Saúde), a taxa era de 64,5%, pensando na região como um todo. Mas, no último domingo, dia 6 de dezembro, referente ao documento, essa taxa chegou a 67,5%, na média, mas a 100% em alguns casos: Hospital Iamada, Hospital e Maternidade Nossa Senhora das Graças e Santa Casa de Misericórdia, todas unidades de Presidente Prudente.
Até hoje, na Santa Casa, por exemplo, o cenário ainda era esse, conforme as informações da própria unidade de saúde. Na última semana, como foi informado por este diário, o hospital chegou a afirmar que está em negociação com o Estado para habilitar mais leitos de UTI, a partir de um acordo que já existia, mas foi encerrado no último mês.
Além disso, os leitos Covid-19 de enfermaria chegaram também em 100%, analisando os dados de domingo, ainda na Santa Casa de Prudente, bem como no Iamada e no HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, e também em outros da região: Santa Casa de Álvares Machado e Santa Casa de Santo Anastácio, além do Hospital Estadual de Porto Primavera, em Rosana.
Nos casos mais críticos, de UTI, a reportagem também tentou falar com os hospitais Iamada e Nossa Senhora das Graças, em Prudente, mas não obteve sucesso.
Momento preocupante
Os três hospitais que atingiram a ocupação da UTI em 100% são todos de Presidente Prudente, restando assim apenas o HR, no local. Cabe lembrar que a Justiça exigiu que o governo estadual abrisse mais leitos no HR, sendo assim, a situação poderia estar mais crítica na cidade.
Sobre isso, o infectologista André Pirajá detalha que há sim uma observação que vê o aumento crescente, assim como percebe uma mudança no perfil dos internados. “A gente percebe que cada vez mais jovens estão tendo complicações cada vez mais sérias”, pontua.
Isso se dá, ainda de acordo com o profissional, pela falsa sensação de vida normal que muitos adotaram nos últimos dias, confundindo a flexibilização com o retorno à rotina que existia antes da pandemia. Então, as orientações são as de sempre, mas o apelo é maior: “mesmo fazendo o uso de máscaras, evitar aglomerações. Muito se vê no Parque do Povo, lotado, os jovens fazendo o uso de narguilé, assim como lojas de conveniências sempre cheias. Precisa haver mais consciência, pois há um momento muito crítico. Como vai conseguir mais leitos? O que falta agora é leito. Tudo isso precisa ser ponderado e muito bem pensando”, frisa.
O que diz o Estado
À reportagem, a Secretaria de Estado da Saúde reafirmou que direcionou mais 10 leitos de UTI para Covi-19 no HR, e reiterou que a taxa de ocupação hoje no DRS de Prudente era de 64,5% em UTI e 65% em enfermaria. “O que evidencia a disponibilidade de leitos. Ainda assim, se preciso, mais leitos serão direcionados para Covid-19, pois a secretaria e o Centro de Contingência de coronavírus monitoram ininterruptamente o cenário epidemiológico em todo o território”, completa.
Quanto a ativação de novos leitos, como do possível acordo com a Santa Casa, o Estado disse que a análise continua, mas que desde o início do ano, o governo do Estado tem disponibilizado assistência, que incluem ainda o envio de mais de 60 respiradores à região e o repasse de R$ R$ 3,8 milhões aos municípios da região para fortalecimento da rede assistencial.
“O respeito às recomendações do Centro de Contingência e ao Plano São Paulo, bem como todos os protocolos sanitários por parte da população, são fundamentais para evitar a transmissão do novo coronavírus e, consequentemente, que mais pessoas adoeçam e necessitem de atendimento hospitalar”, completa a pasta, que também lembra sobre o uso obrigatório de máscara para circulação em espaços coletivos.
Fonte O Imparcial
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