Comerciantes fazem protesto e pedem a reabertura do comércio em Presidente Prudente
Comerciantes fizeram um protesto na frente da sede do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE), no Centro de Presidente Prudente, na tarde desta segunda-feira (4). Eles pediram a reabertura do comércio e a criação de novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na região.
“É uma coisa muito difícil. Se você vem e abre, tem medo de fiscalização, medo de multa. Se não vem, você também não tem salário. Não está vendendo. Vai pagar funcionário como?”
explicou a vendedora Vera Lúcia de Sousa Gonçalves.
“Estamos pedindo que abra o comércio de Presidente Prudente. A gente só quer trabalhar, a gente precisa, necessita disso. A gente sabe que precisa se cuidar, prevenir, [usar] álcool gel na bolsa, máscara e tudo mais, mas nós precisamos trabalhar”.
afirmou a empresária Edina Maria Joana da Silva.
O motorista de aplicativo Weverton Souza Bispo de Andrade, que também participou do protesto, explicou que sua categoria também é prejudicada como o fechamento do comércio e reivindicou mais leitos de UTI para a região de Presidente Prudente.
“De forma indireta somos prejudicados, assim como a população que está em casa. Viemos reivindicar para que tenha mais leitos em nossa cidade, como já tem em outras cidades da região, para que a população venha trabalhar, venha gerar renda, para que todos nós possamos levar alimento para nossa casa. Que o Estado venha flexibilizar, venha aumentar o leito de UTI, que é o mais necessário, e venha voltar a investir no Oeste Paulista”.
concluiu Andrade.
De acordo com o Ministério Público, a logística e o alto custo são fatores que implicam na criação de novos leitos UTI Covid na região de Presidente Prudente. A Promotoria de Justiça ainda enfatizou que não basta só criar os leitos, é preciso pessoal para trabalhar.
Possível reabertura
A liberação da retomada do funcionamento do comércio em Presidente Prudente, a partir desta segunda-feira (4), havia sido anunciada pelo prefeito Ed Thomas (PSB) na última sexta-feira (1º), logo após a sua posse no cargo de chefe do Poder Executivo municipal, apesar de a cidade ainda estar classificada na fase vermelha do Plano São Paulo, que impede a abertura de atividades consideradas “não essenciais”.
Ed Thomas chegou a assinar um decreto e a dizer o seguinte na sexta-feira (1º): “O decreto é para o dia 4 para voltar a trabalhar, aqueles que puderem, aqueles que quiserem”.
No entanto, ainda na mesma sexta-feira (1º), o promotor de Justiça Marcelo Creste, que atua na área da saúde pública, emitiu um alerta de que, apesar do anunciado decreto de Ed Thomas, os setores que integram o grupo de serviços classificados como “não essenciais” ainda continuam proibidos de abrir em decorrência da fase vermelha do Plano São Paulo.
Creste citou que os comerciantes que eventualmente desobedecessem às normas sanitárias correriam o risco de responderem até mesmo criminalmente por suas atitudes. Além disso, também pontuou que o próprio prefeito estaria sujeito a responsabilização “ao espalhar confusão e desorientação na população, levando a um caos sanitário ainda maior”.
Em nota oficial divulgada na noite do domingo (3), a Prefeitura recuou e admitiu que vai seguir as recomendações do Ministério Público Estadual, não permitindo a abertura do comércio “não essencial” na cidade.
Fase vermelha
No último dia 22 de dezembro, o governo do Estado rebaixou a região de Presidente Prudente para a fase vermelha do Plano São Paulo.
O motivo apontado para o regresso foi o índice de 83,1% de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para o tratamento de pacientes com Covid-19.
A região de Presidente Prudente, que desde o mês de setembro estava na faixa amarela, foi a única rebaixada para a etapa vermelha, que é aquela que impõe as maiores restrições ao funcionamento de atividades econômicas.
Todas as outras 16 regiões do Estado foram mantidas na fase amarela, que é uma etapa intermediária do chamado Plano São Paulo, o programa adotado pelo governo paulista desde o início da pandemia do novo coronavírus com regras para o distanciamento social e o enfrentamento da quarentena.
A próxima classificação do Plano São Paulo será realizada pelo Palácio dos Bandeirantes no dia 7 de janeiro de 2021.
O rebaixamento para a fase vermelha atingiu todos os 44 municípios do Oeste Paulista que são vinculados ao Departamento Regional de Saúde (DRS) com sede em Presidente Prudente.
Já os outros 12 municípios também integrantes do Oeste Paulista que fazem parte do DRS de Marília seguem na fase amarela.
Os 56 municípios do Oeste Paulista estão divididos entre os departamentos regionais de Saúde (DRSs) de Marília e de Presidente Prudente.
Quando começaram as atualizações do Plano São Paulo, em 27 de maio, os 44 municípios do Oeste Paulista vinculados ao DRS de Presidente Prudente estavam classificados na fase amarela. Depois, em 10 de junho, regrediram para a fase vermelha, na qual permaneceram até 10 de julho, quando subiram para a etapa laranja. Esta região continuou estagnada, sem evolução ou decréscimo, na fase laranja, até conseguir passar para a etapa amarela no dia 4 de setembro. No dia 22 de dezembro, o DRS de Presidente Prudente recuou para a fase vermelha, a mais restritiva do Plano São Paulo.
Já os 12 municípios do Oeste Paulista atrelados ao DRS de Marília começaram, em 27 de maio, na fase laranja. Em 19 de junho, decaíram para a fase vermelha. Em 10 de julho, subiram para a fase laranja, na qual ficaram até a atualização feita em 7 de agosto, quando evoluíram pela primeira vez para a etapa amarela. No dia 21 de agosto, voltaram a regredir para a fase laranja, na qual permaneceram até o dia 4 de setembro, quando retornaram para a etapa amarela. Na atualização do Plano São Paulo feita em 22 de dezembro, o governo do Estado manteve o DRS de Marília na fase amarela.
Fonte G1.
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