Após 40 dias, chega ao fim a greve do transporte coletivo urbano de Presidente Prudente


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Após 40 dias, chega ao fim a greve do transporte coletivo urbano de Presidente Prudente

A partir deste segunda-feira (26), 41 ônibus devem circular em período integral, sendo somente linhas fixas. Trabalhadores aguardam receber os pagamentos em atraso na sexta-feira (30).

A greve dos trabalhadores do transporte coletivo urbano de Presidente Prudente foi encerrada nesta segunda-feira (26). Foram 40 dias de paralisação motivados pelo atraso de pagamentos dos salários e outros benefícios. Conforme o diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Terrestre de Presidente Prudente e Região (Sintrattepp), Ozanir Gomes, 41 ônibus devem circular durante todos os períodos.

“A greve se encerrou. A gente resolveu dar um voto de confiança para o prefeito [Ed Thomas, PSB] porque ele disse que vai pagar sexta-feira [30]. Só existe a possibilidade de voltar novamente se ele não cumprir com a palavra dele, o que eu acho que não vai acontecer”, afirmou.

Durante quase dois dias, a paralisação do serviço foi total e o trabalho foi retomado somente após o anúncio da intervenção feita pela Prefeitura de Presidente Prudente na última sexta-feira (23), por meio de um decreto. O prefeito Ed Thomas (PSB) e os sócios da Prudente Urbano também se reuniram na garagem da empresa.

Eles falaram para os funcionários em frente à sede sobre a situação. Somente depois dessa conversa, os ônibus voltaram a circular de forma parcial, com 50% dos ônibus em horário de pico e 35% nos demais períodos.

Agora, 41 coletivos devem rodar integralmente, porém, somente as linhas fixas, sem as linhas especiais. “A quantidade de 41 ônibus é uma quantidade razoável desde quando começou a pandemia”, disse Gomes.

Pagamentos no dia 30 de julho

Na tarde da última sexta-feira (23), o prefeito de Presidente Prudente, Ed Thomas (PSB), anunciou que a Prefeitura fará o pagamento de salários, vales e tickets dos funcionários da concessionária de transporte coletivo. O valor, de cerca de R$ 410 mil, deve ser pago aos funcionários na próxima sexta-feira (30).

Segundo a Prefeitura, os pagamentos serão honrados por meio de uma antecipação dos valores a serem arrecadados com o próprio serviço, que agora está normal.

Para viabilizar o pagamento, porém, um projeto de lei será encaminhado para a Câmara Municipal, que tem a incumbência de autorizar a ação. De acordo com o presidente da casa de leis, Demerson Dias (PSB), que compareceu à reunião, assim que o texto for encaminhado ao Poder Legislativo, será submetido à avaliação das comissões competentes para posterior votação no Plenário.

A secretária municipal de Finanças, Célia Molinari, explicou que viabilizar o pagamento dos salários e benefícios requereu “uma força-tarefa por parte das secretarias de Finanças e Assuntos Jurídicos e Legislativos, no sentido de encontrar a formatação mais adequada e dentro dos parâmetros legais”.

A intervenção

A Prefeitura de Presidente Prudente decretou intervenção parcial no transporte público da cidade. O decreto nº 32.216/2021 foi publicado por volta das 7h desta sexta-feira (23), no Diário Oficial Eletrônico (DOE) do município. A medida leva em consideração que o serviço é essencial à população e também já era prevista no contrato de concessão com a empresa Prudente Urbano.

O prefeito Ed Thomas (PSB) e representantes da concessionária Company-Tur Transportes e Turismo Ltda., razão social da Prudente Urbano, realizaram uma reunião a portas fechadas pela manhã na sede da empresa.

Os funcionários da Prudente Urbano estão em greve desde 16 de junho devido a atrasos em pagamentos salariais. A paralisação era parcial, mas com a situação considerada “insustentável”, nesta quinta-feira (22), os trabalhadores do transporte coletivo urbano retomaram a greve total.

Trabalhadores do transporte coletivo urbano de Presidente Prudente retornaram às atividades, depois de 38 dias de greve. Os ônibus começaram a deixar a garagem por volta das 9h10 desta sexta-feira, após uma reunião entre o prefeito e representantes da concessionária.

‘Nós não temos mais condições de manter desse jeito’

A sócia da Prudente Urbano, Mariângela Silva Gonçalves, concedeu entrevista a jornalistas em frente à empresa na última sexta-feira (23).

“A gente espera que realmente a Prefeitura tenha condições de verificar de perto o desequilíbrio que está nosso contrato. A empresa suportou o que ela deu conta. Agora, nós não temos mais condições de manter desse jeito. Então, nosso contrato prevê o equilíbrio econômico-financeiro, o que está desequilibrado desde quando começou. As coisas têm um limite para aguentar. Agora, essa intervenção venha a levantar isso e que possamos resolver esse problema e chegar a um acordo sem prejudicar mais a população e nem os nossos funcionários”, salientou.

Mariângela atribuiu o agravamento das dificuldades enfrentadas pela empresa ao momento vivido durante a pandemia de Covid-19.

“Por causa da pandemia, nós estamos transportando um terço do que a gente carregava antes. Diminuiu muito a arrecadação e, por isso, a arrecadação não consegue mais pagar o combustível e os funcionários. O combustível a gente está devendo, a gente está devendo funcionário. Está tudo atrasado. Está complicada a situação. Espero que seja resolvido”, frisou.

A empresa também se manifestou por meio da seguinte nota:

“A Prudente Urbano sempre buscou a legalidade e a preservação de direitos desta empresa, dos trabalhadores, dos usuários e da Prefeitura. A concessionária, do transporte coletivo municipal, espera agora a preservação de seus direitos constitucionais, com transparência durante o processo de intervenção na busca pelo bem comum, objetivo responsável e determinante para empresa ter chegado até aqui”.

Por Heloise Hamada e Emerson Sanchez, G1 Presidente Prudente e TV Fronteira

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